Sobre o Programa Sobre o Programa

Histórico e Contextualização do Programa

A história da criação e da consolidação do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) não se separa do seu papel em âmbito regional, nacional e internacional, da relevância das questões culturais, dos museus, dos acervos, dos antecedentes históricos da tradição memorial do estado, dos elementos que o diferenciam no cenário nacional. 

Na virada do século XX para o XXI, as sociedades passaram a demandar mais conhecimento, de tal forma e com tal impacto, que o período histórico que se iniciava passou a ser denominado Sociedade da Informação. 

As demandas deste novo tempo chegaram exigindo mudanças significativas das organizações que cuidavam da promoção, preservação e do acesso ao patrimônio memorial, principalmente, no que tocava às formas de acessar e preservar o conhecimento para as gerações vindouras. Com a intensificação do uso de produtos digitais, ampliavam-se os problemas relacionados às tarefas de reconstrução, do tratamento, da preservação da memória e do provimento do acesso aos estoques de informação. 

Neste cenário, em 2008, com o apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e com o auxílio das novas contratações por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), já era possível a apresentação de uma proposta de curso à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), constituída de investigadores e de temáticas do campo da memória. Assim, em março de 2008, foi apresentada ao Comitê de Área de Ciências Sociais Aplicadas I da CAPES a proposta de criação do Curso de Mestrado Acadêmico em Ciência da Informação da UFPE.

Ancorado nas competências mais evidentes do DCI, o projeto foi analisado pelos consultores da CAPES que emitiram parecer negativo, desaconselhando a formação de um novo Programa em Pernambuco. O colegiado do Departamento da Ciência da Informação (DCI), constituído para elaborar e acompanhar o processo, solicitou imediatamente a reconsideração do projeto, fundamentando sua defesa no argumento levantado pela própria CAPES da necessidade de desenvolvimento do sistema de pós-graduação no Norte e Nordeste do Brasil, como forma de diminuir as assimetrias regionais, além de destacar o potencial do curso em Pernambuco e sua contribuição para a área. Como resultado desse pedido de reconsideração, a Coordenação da Área no CNPq enviou dois consultores ao Recife para avaliar in loco as condições oferecidas pela UFPE para realização do referido curso.

Nessa visita, os observadores puderam atestar o esforço e qualificação do corpo docente e as condições técnicas para o abrigo do curso, e ainda os grupos de pesquisa em atuação no DCI, e os projetos desenvolvidos no Laboratório LIBER, no campo da tecnologia e da memória, com articulação local, nacional e internacional. Com base nesta avaliação, os consultores elaboraram novo parecer técnico que recomendou a instalação do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação na UFPE. 

O Comitê de área da CAPES avaliou o parecer dos consultores e, em 16 de outubro de 2008, autorizou o funcionamento do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Ciência da Informação do DCI da UFPE, com o objetivo de formar docentes, pesquisadores e recursos humanos especializados na área de Ciência da Informação, bem como incitar o desenvolvimento científico e tecnológico, organizando-se um curso de mestrado na modalidade acadêmica.

Imediatamente, a Coordenação do Programa deu início às tratativas para o lançamento do edital de seleção do curso de Mestrado Acadêmico. Uma decisão do Ministério Público, todavia, obrigou a UFPE a adaptar os processos seletivos para ingresso nos cursos de pós-graduação à legislação brasileira que regula o ingresso no serviço público federal. O processo de adaptação consumiu mais de seis meses, de forma que a primeira seleção para o PPGCI somente foi realizada em setembro de 2009. Para não atrasar o calendário, em dezembro do mesmo ano foi realizada a segunda seleção para o referido Programa. O PPGCI já contava, em dezembro de 2010, com duas turmas selecionadas e o curso em andamento.

A partir de 2011, o Programa foi fortalecido com a incorporação de novos docentes, passando a contar com nove permanentes e quatro colaboradores. Esse crescimento propiciou o desdobramento da Área de Concentração “Informação, Memória e Tecnologia” em duas linhas de pesquisa: a linha de pesquisa 1, intitulada “Memória da Informação Científica e Tecnológica”, mais focada na produção, organização e uso social da informação, como herança cultural; e a linha de pesquisa 2, intitulada “Comunicação e Visualização da Memória”, dedicada aos estudos sobre os processos de comunicação da informação. 

Como consequência dessa orientação e dos esforços no sentido de ampliar sua massa crítica, o PPGCI, embora iniciado em 2009, destacou-se pela sua atuação no panorama acadêmico, recebendo conceito 4 na avaliação trienal CAPES de 2013. Diante desse cenário, em 2016, o PPGCI/ UFPE elaborou e submeteu à CAPES uma proposta (APCN) de Doutorado Acadêmico em Ciência da Informação. Essa proposta foi aprovada com nota 4 e divulgada no dia 05/01/2017 no site da CAPES. Dessa forma, com a autorização para o seu funcionamento, o Doutorado Acadêmico em Ciência da Informação da UFPE iniciou em 01/08/2017.