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Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 4 em 2025

“SISTEMÁTICA DE METATÉRIOS CARNÍVOROS (SPARASSODONTA) DO PALEOGENO DA BACIA DE ITABORAÍ (RJ)”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 4 em 2025

 

Aluno(a): Caio César Rangel

 

Orientador(a): Dr. Édison Vicente Oliveira

 

Coorientador(a): -

 

Título da pré-tese: “SISTEMÁTICA DE METATÉRIOS CARNÍVOROS (SPARASSODONTA) DO PALEOGENO DA BACIA DE ITABORAÍ (RJ)”

 

Data: 06/06/2025

 

Horário: 14h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/mdt-qbjm-eou

 

 

Banca Examinadora:

 

Presidente:

 

Dr. Édison Vicente Oliveira (Orientador)

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Dr.ª Ana Maria Ribeiro (Museu de Ciências Naturais do RS)

2.º Examinador(a): Dr. Kleberson de Oliveira Porpino (UERN)

3.º Examinador(a): Dr. Leonardo Rodrigo Kerber Tumeleiro (UFSM)

4.º Examinador(a): Dr. Marcelo Fabián Tejedor (CONICET)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Dr.ª Alcina Magnólia da Silva Franca (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Dr.ª Lílian Paglarelli Bergqvist

 

Resumo:

 

Os fósseis da parte final do Paleógeno representam um estágio de diversificação importante para a linhagem dos metatérios na América do Sul. Entre esses metatérios estão os Sparassodonta (Mammalia, Metatheria), que se notabilizaram pelas adaptações para o hábito carnívoro, sobretudo aquelas existentes no aparato dentário, um aspecto importante para a ocupação de diferentes nichos tróficos durante a consolidação da paleoecologia cenozoica. Estes animais formaram um grupo endêmico, que obtiveram sucesso evolutivo considerável, já que, de acordo com os fósseis, sobreviveram desde o Paleoceno inicial (Mayulestes e Allqokirus) até o Plioceno inicial (Borhyaenidium e Thylacosmilus), uma duração de cerca de ¿ 50.0 milhões de anos (Ma.), até a chegada dos primeiros eutérios carnívoros. Entre as faunas paleogênicas com ocorrência de esparassodontes, a fauna eocênica inicial da Bacia de Itaboraí é uma das mais antigas da América do Sul, representada por Patene simpsoni e Silvenator brasiliensis. Outras bacias sedimentares brasileiras que apresentam fósseis de Sparassodonta são a Bacia de Curitiba, representada pela Formação Guabirotuba e datada do Eoceno médio, e a Bacia de Taubaté, representada pela Formação Tremembé e datada do Oligoceno tardio. Quanto à história filogenética de Sparassodonta, uma proposta é a de que Mayulestes, Allqokirus e Patene sejam representantes do grupo Mayulestidae, enquanto outras mostram arranjos filogenéticos que recuperam Mayulestes, Allqokirus e Patene como linhagens divergentes no tronco de Sparassodonta. Em suma, há pouco entendimento sobre a evolução pré-oligocênica desses animais, devido à falta de material bem preservado, que possibilite a descrição e posterior identificação dos representantes da linhagem dos Sparassodonta. O entendimento das afinidades Patene simpsoni e a identificação e posição filogenética do novo táxon aqui apresentado, Silvenator brasiliensis, complementam uma fase crucial na história do paleoambiente Cenozoico da América do Sul, por se tratar de um momento de mudanças de um clima sazonalmente árido para um contexto mais temperado, fato que reflete na seleção de mamíferos mais adaptados. Sendo assim, conclui-se que Itaboraí abriga em seus depósitos, o registro de uma fauna de Sparassodonta mais diversa do que previamente conhecida, onde a atuação desses animais como predadores locais é evidenciada por suas características dentárias e dimensões corporais frente a demais metatérios, o que os tornam relevantes para entender a história evolutiva inicial do grupo e substituições paleomastofaunísticas no Brasil ou América do Sul, no contexto de desdobramentos do evento global do Máximo Termal do Paleoceno Inicial (MTPI) e do Ótimo Climático do Eoceno Inicial (OCEI).

 

Palavras-chave: Metatheria; Sparassodonta; Bacia de Itaboraí; Paleógeno; Filogenia; Paleoecologia