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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 4 em 2025

“ANÁLISE ESTRUTURAL E GEOMECÂNICA DE ZONAS DE FALHA DA FORMAÇÃO ACAUÃ, FAIXA SERGIPANA, BORDA OESTE DA BACIA DO TUCANO, NE BRASIL”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 4 em 2025

 

Aluno(a): Acauã Izídio da Silva

 

Orientador(a): Dr. Tiago Siqueira de Miranda

 

Coorientador(a): Dr. Osvaldo José Correia Filho (UFPE)

 

Título: “ANÁLISE ESTRUTURAL E GEOMECÂNICA DE ZONAS DE FALHA DA FORMAÇÃO ACAUÃ, FAIXA SERGIPANA, BORDA OESTE DA BACIA DO TUCANO, NE BRASIL”

 

Data: 22/05/2025

 

Horário: 9h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/ops-wrna-zvy

 

Banca Examinadora:

 

Presidente:

 

Dr. Tiago Siqueira de Miranda (Orientador)

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Dr. José Ferreira de Araújo Neto (UNIVASF)

2.º Examinador(a): Dr. Sérgio Pacheco Neves (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/CTG/UFPE)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Dr. Gorki Mariano (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Dr. Jefferson Tavares Cruz Oliveira (UFPE)

 

Resumo:

 

A Formação Acauã é composta essencialmente por sequências carbonáticas neoproterozoicas que fazem parte do Domínio Estância, Faixa Sergipana, Província Borborema. Esta unidade litoestratigráfica está situada na borda ocidental da Bacia do Tucano Central e apresenta um complexo arcabouço estrutural com múltiplos estágios de deformação (dúctil, dúctil-rúptil e rúptil). Esta pesquisa teve como objetivo principal caracterizar a evolução tectônica dos carbonatos da Formação Acauã a partir da integração de dados geofísicos, estruturais, geomecânicos, mineralógicos e geocronológicos. A unidade carbonática é composta por rochas maciças e bandadas de cor escura e laminadas de cor cinza, com matriz micrítica em ambas as fácies e ocorrência de quartzo disseminado, biotita e pirita na fácies laminada. As análises de DRX e catodoluminescência confirmaram a dolomita como a principal fase mineral da matriz. A análise gamaespectrométrica indicou maior teor de K na fácies laminada, possivelmente associado a presença de minerais siliciclásticos. O acamamento apresenta direção preferencial NE-SW com dobras suaves a abertas, com eixo subhorizontal com caimento preferencial para NE. A trama dúctil-rúptil é caracterizada pela ocorrência dobra anticlinal fechada associada à propagação de falha de empurrão. Além disso, também ocorrem tension gashes de direção preferencial NW-SE, em ambas as fácies, contudo a maior frequência de ocorrência se dá nos níveis carbonáticos maciços. Na unidade laminada esses veios ocorrem associados a falhas normais de rejeito centimétrico. Localmente os veios cortam a zona de charneira das dobras. Ocorrem pelo menos duas gerações distintas de veios: dolomíticos e calcíticos. De forma geral, os veios exibem crescimento cristalino elongado nas margens e preenchimento central em bloco, sugerindo dilatação progressiva seguida de abertura abrupta. A trama rúptil é marcada pela presença de falhas normais, inversas e transcorrentes. As falhas normais ocorrem com maior frequência e com duas orientações preferências: NW-SE e NE-SW. Além disso, ocorrem estilólitos subverticais na unidade laminada e sub-horizontais na unidade maciça. Os resultados de paleotensão indicam que a Formação Acauã foi submetida inicialmente a esforços compressivos horizontais NW-SE responsáveis pelo dobramento regional e propagação da falha de empurrão. Posteriormente, foram formados veios a partir de tensão máxima (s1) de orientação vertical e tensão mínima (s3) horizontal NE-SW. A formação de falhas se deu a partir de tensão máxima (s1) de orientação vertical e tensão mínima (s3) NW-SE. A geocronologia U-Pb em carbonatos forneceu restrições sobre a idade da deposição e deformação da Formação Acauã. A matriz micrítica do calcário dolomítico apresenta idade de 601,5±13,3 Ma, provavelmente refletindo a deposição carbonática pós-glacial. Apesar dos erros elevados, a datação das estrias da falha de empurrão indicou uma idade do Permiano Inferior de 291±48 Ma. Portanto, a Formação Acauã registra uma complexa história tectônica marcada por múltiplos episódios deformacionais após sua deposição no Ediacarano. É possível concluir que as falhas normais foram geradas a partir da reativação de veios, sugerindo nucleação da deformação rúptil em zonas de anisotropia geomecânica. Adicionalmente, o arranjo estrutural sugere que esta unidade pode ser interpretada como um análogo de reservatório carbonático naturalmente fraturado com falhas servindo como condutos para a migração de fluidos e dobras anticlinais atuando como trapas estruturais em possível sistema petrolífero.

 

Palavras-chave: Formação Acauã; Faixa Sergipana; Domínio Estância; carbonatos