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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 3 em 2025
“DATAÇÃO U-Pb EM CARBONATOS ASSOCIADOS A EVENTOS PALEOSSÍSMICOS DA ZONA DE CISALHAMENTO CRUZEIRO DO NORDESTE”
Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE
Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 3 em 2025
Aluno(a): Daniel de Oliveira Barbosa
Orientador(a): Dr. Tiago Siqueira de Miranda
Coorientador(a): Dr. Luís Gustavo Ferreira Viegas (UnB)
Título: “DATAÇÃO U-Pb EM CARBONATOS ASSOCIADOS A EVENTOS PALEOSSÍSMICOS DA ZONA DE CISALHAMENTO CRUZEIRO DO NORDESTE”
Data: 21/05/2025
Horário: 14h
Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/aep-ohjg-wxv
Banca Examinadora:
Presidente:
Dr. Tiago Siqueira de Miranda (Orientador)
Titulares:
1.º Examinador(a): Dr. Cláudio Limeira Mello (UFRJ)
2.º Examinador(a): Dr. Fernando César Alves da Silva (UFRN)
3.º Examinador(a): Dr. Sérgio Pacheco Neves (PPGEOC/CTG/UFPE)
Suplentes:
1.º Examinador(a): Dr. José Antonio Barbosa (PPGEOC/CTG/UFPE)
2.º Examinador(a): Dr. Osvaldo José Correia Filho (UFPE)
Resumo:
A compreensão da cronologia e das condições tectônicas associadas à deformação rúptil em zonas de cisalhamento é essencial para a reconstrução de eventos paleossísmicos e para o entendimento da evolução de bacias sedimentares relacionadas ao rifiteamento do Gondwana. Neste contexto, esta dissertação investiga a Zona de Cisalhamento Cruzeiro do Nordeste (ZCCNE), situada na borda norte da Bacia do Jatobá, na Província Borborema, com o objetivo de caracterizar pulsos sísmicos a partir da análise estrutural e geocronológica de cimentos carbonáticos. Para alcançar esses objetivos, foi adotada uma abordagem multiescalar, envolvendo: (i) mapeamento geológico e levantamento de dados estruturais em afloramento; (ii) caracterização microestrutural por microscopia óptica, catodoluminescência e MEV-EDS; (iii) análise mineralógica por difratometria de raios X (DRX); e (iv) geocronologia U–Pb em calcita por LA-ICP-MS. Os resultados indicam que a ZCCNE registra múltiplas fases de deformação, com transição de regimes dúcteis (450–550°C), passando por estágios rúpteis-dúcteis (~300°C), até a instalação de estruturas rúpteis. Associados a deformação rúptil ocorrem veios e brechas que apresentam diferentes cimentos (carbonato e epidoto) revelando episódios recorrentes de hidrofraturamento. A análise textural e composicional dessas cimentações sugere que os fluidos circulantes estavam associados a pulsos sísmicos. As idades obtidas variam de 140 a 114Ma e registram três pulsos sísmicos: o primeiro em aproximadamente 140Ma, o segundo em ~130Ma e o terceiro entre 120 e 114Ma. Essas idades coincidem com os estágios iniciais da abertura do Oceano Atlântico Sul, sendo compatíveis com os episódios de rifteamento registrados nas bacias interiores do nordeste do Brasil. A distribuição espacial e cronológica dos dados permite propor uma correlação direta entre as reativações da ZCCNE e a evolução tectono-sedimentar da Bacia do Jatobá, com destaque para a atuação da ZCCNE como conduto de fluidos e zona de acomodação de esforços durante o Cretáceo Inferior. Os resultados da presente pesquisa apontam que minerais carbonáticos são excelentes marcadores geocronológicos da deformação rúptil, registrando diretamente reativações tectônicas.
Palavras-chave: ciclos sísmicos; hidrofraturamento; reativação; veios; brechas