Ampliar a presença de mulheres na área de cirurgia é o principal objetivo do projeto de extensão AWS Capítulo UFPE, idealizado por estudantes de medicina da Universidade Federal de Pernambuco e com atuação no Hospital das Clínicas da UFPE. O projeto tem o apoio da Association of Women Surgery - AWS (Associação de Mulheres Cirurgiãs), uma organização internacional com membros em mais de 40 países.  

Vice-coordenadora do Programa de Residência de Cirurgia Bariátrica do HC, a cirurgiã geral e do aparelho digestivo e professora do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE, Luciana Siqueira coordena o projeto que tem como objetivo enfrentar a desigualdade de gênero no campo cirúrgico, uma problemática antiga na Medicina.

“É uma honra para mim impulsionar estudantes na carreira de cirurgia. Ainda somos minoria nesse campo, mas aos poucos e com projetos como esse vamos mudando esse cenário e tornando ele menos desigual”, disse a profissional, que sonhava ser médica cirurgiã desde os 13 anos, encantada com uma aula de ciências sobre o sistema cardiovascular. “A cirurgia é algo resolutivo, algo eficaz, algo que você tem a oportunidade de salvar efetivamente uma vida de uma forma muito dinâmica”, completa.

De acordo com Luciana, a ideia é que toda estudante tenha a oportunidade de fazer mais contato com a área cirúrgica que a interesse, permitindo maior identificação com as cirurgias desde o início da jornada acadêmica.

“Estudos mostram uma diminuição da mortalidade em cirurgias realizadas por mulheres de 6% a 7%. As mulheres têm uma melhor comunicação atentas a orientações mais claras, um cuidado mais centrado no paciente, adotam uma postura mais detalhista, são mais colaborativas no trabalho em equipe, têm um estilo de liderança menos agressivo e hierárquico favorecendo uma melhor coordenação das ações. Acho que só há benefícios em mais mulheres atuando no bloco cirúrgico. Todos ganham”, comenta Luciana Siqueira.

Na extensão, as estudantes acompanham cirurgias, produzem artigos científicos, promovem conteúdo informativo para a comunidade externa e participam de um ambiente de apoio entre cirurgiãs e futuras cirurgiãs. 

“Nossa extensão abarca práticas de técnicas cirúrgicas, acompanhamento de cirurgias, produção de artigos científicos, promoção de conteúdo informativo para comunidade externa, entre outros. Essa é a primeira ação focada em mulheres acadêmicas que almejam carreira cirúrgica de Pernambuco. Acreditamos que os desafios enfrentados pelas mulheres em sua trajetória profissional podem ser amenizados com uma rede de apoio que, além de os reconhecer, busca formas de combatê-los”, afirma Luciana.

O projeto de extensão é o primeiro do Nordeste a vincular-se à AWS, o que abre as portas para colaborações internacionais e oportunidades de crescimento. Antes, o projeto se chamava “Empower Woman UFPE - cirurgiãs que apoiam futuras cirurgiãs”.

Sobre a Ebserh
O HC-UFPE faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.