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Exercícios físicos ajudam a melhorar a saúde de mulheres com síndrome metabólica
Resultados de estudo apontam reduções nos níveis de glicose e na pressão arterial sistólica das participantes
Por Petra Pastl
A dissertação de mestrado “Efeitos do Exercício Físico sobre a Variabilidade da Frequência Cardíaca e do Perfil Metabólico em Mulheres Adultas de Meia Idade e Idosas com Síndrome Metabólica”, defendida em fevereiro de 2024 pela pesquisadora Taysla Albuquerque de Araújo, no Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Atividade Física e Plasticidade Fenotípica (PPGNAFPF), no Centro Acadêmico de Vitória (CAV) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Vitória de Santo Antão, investigou como a prática regular de exercícios físicos pode beneficiar a saúde de mulheres com síndrome metabólica, especialmente em relação à pressão arterial e aos níveis de glicose no sangue. O estudo foi orientado pelo professor João Henrique da Costa Silva e teve coorientação dos docentes Monique Assis de Vasconcelos Barros e Ary Gomes Filho.
A síndrome metabólica é caracterizada por um conjunto de fatores de risco - como obesidade abdominal, hipertensão, alterações no colesterol e glicemia elevada - que aumentam significativamente as chances de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A condição tem prevalência crescente entre mulheres acima dos 45 anos e é considerada um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea.
A pesquisa contou com 15 mulheres com idade média de 62 anos, residentes em Vitória de Santo Antão (PE) e com mobilidade adequada para garantir a execução dos exercícios. Elas foram divididas em dois grupos: com síndrome metabólica (CSM, dez participantes) e sem síndrome metabólica (SSM, cinco participantes). A maioria das participantes apresentava comorbidades, como hipertensão e diabetes, e fazia uso de medicamentos, porém com baixa adesão farmacológica em 33,3% dos casos. Embora 86,7% relatem já ter praticado atividades físicas em algum momento da vida, 60% das mulheres eram consideradas fisicamente inativas, segundo critérios do Questionário Internacional de Atividade Física (Ipaq).
Durante quatro semanas, as voluntárias participaram de 12 sessões de treinamento funcional, realizadas três vezes por semana. Antes e depois da intervenção, foram coletados dados como peso, índice de massa corporal, circunferência da cintura, pressão arterial, glicemia, variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e foram aplicados questionários sobre uso de medicamentos e nível de atividade física. Os resultados apontaram reduções significativas nos níveis de glicose e na pressão arterial sistólica em ambos os grupos. No entanto, não houve alterações significativas na variabilidade da frequência cardíaca, parâmetro relacionado ao funcionamento do sistema nervoso autônomo.
“Mesmo com um período curto de intervenção, observamos melhora na glicemia e na pressão. Algumas participantes relataram dormir melhor, se sentir mais leves e com mais disposição”, compartilha Taysla de Araújo. “Além dos dados fisiológicos, percebemos um ganho importante na autoestima e na sensação de bem-estar dessas mulheres”, completa.
Embora a variabilidade da frequência cardíaca não tenha apresentado mudanças estatisticamente significativas, houve redução nos níveis de glicose e na pressão arterial sistólica em ambos os grupos, sinalizando um impacto positivo do exercício físico em curto prazo. “Esses resultados reforçam que mesmo intervenções simples e de curta duração podem fazer diferença na saúde de mulheres com síndrome metabólica. O exercício físico se mostra como uma ferramenta não medicamentosa eficaz e acessível para esse público”, explica a pesquisadora.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (nº 5.652.958) e contou com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Mais informações
Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Atividade Física e Plasticidade Fenotípica do CAV/UFPE
(81) 3114.4108 / 3114.4118
ppgnafpf@ufpe.br
Taysla Albuquerque de Araújo
taysla.albuquerque@ufpe.br