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Nepe e Foirn promovem lançamento do Museu Virtual dos Povos Indígenas do Rio Negro em seminário internacional

O encontro marca o esforço de repatriação digital de artefatos indígenas

Lideranças indígenas, pesquisadores, aliados e instituições culturais estarão reunidos, de 25 a 29 de agosto, na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), no seminário internacional “Libertando os ancestrais: A volta dos artefatos xamânicos para o Alto Rio Negro”. O evento é promovido pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), com o apoio do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade (Nepe) da UFPE, espaço coordenado pelo professor Renato Athias, do Departamento de Antropologia e Museologia, e marca o lançamento oficial do Museu Virtual dos Povos Indígenas do Rio Negro (MV-PIARN). 

O museu visa reunir e disponibilizar digitalmente objetos sagrados, obras de arte e peças etnográficas pertencentes aos povos indígenas da região do Rio Negro que foram retirados de seus territórios e enviados a museus ao redor do mundo desde o final do século XIX (como pode ser visto neste vídeo). O Conselho Consultivo do MV-PIARN será instalado durante o seminário e terá como missão apoiar a curadoria indígena e orientar as diretrizes éticas, políticas e culturais do projeto. A programação do evento será formada ainda por rodas de conversa sobre o futuro do museu, sua base tecnológica, parcerias internacionais e a narrativa decolonial proposta pelos próprios povos indígenas.

“O MV-PIARN é uma forma de retomar a memória dos nossos ancestrais e reafirmar o direito dos povos indígenas de contar suas próprias histórias. É um museu feito por nós e para nós, com nossa visão, nossas vozes e nossas decisões sobre o que deve ou não ser mostrado”, afirma o diretor-presidente da Foirn, Dário Casimiro. Está sendo esperada a presença de ex-presidentes da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e representantes indígenas, do Museu do Colle don Bosco (Itália), do projeto KNOT e das universidade de Turim e Bolonha.

Criado oficialmente em 2019, durante uma assembleia da Foirn na Ilha de Duraka, o museu virtual será coordenado pelo Setor de Patrimônio Cultural da Foirn, com gestão indígena, e visa articular saberes tradicionais, direitos culturais e tecnologias digitais a favor da memória coletiva dos mais de 23 povos que habitam a região do Rio Negro. O seminário tem também o apoio do CNPq e da Wenner-Gren Foundation.

Mais informações 
foirn@foirn.org.br

Data da última modificação: 21/08/2025, 17:58