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Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente promove defesa de dissertação amanhã (19)

A orientadora é a professora Marília de Carvalho Lima

O Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente (PPGSCA) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE promove defesa da dissertação de mestrado “Influência do Peso ao Nascer e do Ganho de Peso Pós-Natal na Deposição de Gordura Abdominal na Infância e Adolescência”, do aluno Sidrak Lucas Vila Nova Filho. A defesa será amanhã (19), às 14h, no Prédio das Pós-Graduações do CCS – Auditório 2 (1°Andar), Campus Recife.

A orientadora é a professora Marília de Carvalho Lima, e a coorientadora é a professora Fabiana Cristina Lima da Silva Pastich Gonçalves. A banca examinadora será composta pelos professores Pedro Israel Cabral de Lira, do Departamento de Nutrição da UFPE; Rosemary de Jesus Machado Amorim, do Departamento Materno Infantil da UFPE; e Vanessa Sá Leal, do Núcleo de Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória (CAV)/UFPE.

HOJE – E, na manhã de hoje (18), foi realizada a defesa da dissertação de mestrado intitulada “Prática de Água, Saneamento e Higiene (WASH) e Déficit de Estatura em Crianças Menores de Seis Anos”, da aluna Viviane Cavalcanti de Torres. A defesa ocorreu no Prédio das Pós-Graduações do CCS – Auditório 2 (1°Andar), no Campus Recife. A orientadora é a professora Kátia Galeão Brandt, e o coorientador é o professor Pedro Israel Cabral de Lira. 

Resumo 1

O conceito de Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença sugere que agravos ou benefícios ocorridos em períodos importantes do desenvolvimento, ou “janelas de oportunidades”, desencadeiam alterações metabólicas que interferem no crescimento e desenvolvimento dos seres humanos. Dessa forma, a fase intrauterina bem como os dois primeiros anos de vida são períodos vulneráveis à influência do ambiente na programação metabólica desse indivíduo. Levando como base a hipótese das respostas adaptativas preditivas, numa população de baixa renda que passa por transição nutricional, onde o número de nascidos de baixo peso ainda é alto, imagina-se que essas crianças que sofreram restrição do crescimento intrauterino não estão adaptadas a um ambiente de alta oferta de alimentos ultraprocessados, o que acarreta nelas uma modificação da sua composição corporal, de forma que facilita o acúmulo de gordura abdominal e suas consequências. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar a influência do peso e proporcionalidade corporal ao nascer e rápido ganho de peso pós-natal na deposição de gordura abdominal na infância e adolescência avaliada pela circunferência da cintura, controlada pelo efeito das condições socioeconômicas e estilo de vida. Trata-se de um estudo transversal aninhado à coorte de nascimento realizada na Zona da Mata meridional de Pernambuco, região de baixa condição socioeconômica. Os recém-nascidos a termo foram recrutados, com base no peso do nascimento (baixo peso e peso adequado), acompanhados nos primeiros seis meses, e reavaliados aos oito e aos 18 anos. Em todos os momentos, utilizamos as informações antropométricas e variáveis socioeconômicas. Nos seis primeiros meses, foram considerados o ganho de peso e o tempo de aleitamento materno. Aos 18 anos, consideramos o consumo alimentar e nível de atividade física. Foram realizadas análises bivariadas entre as exposições e o desfecho a partir de comparação entre as médias e foi feita análise de regressão linear múltipla ajustando o efeito das variáveis explanatórias sobre os desfechos. Para o modelo final, foi considerada significância estatística um valor de p < 0,05. As médias de circunferência da cintura aos oito anos foram maiores nas crianças nascidas com peso adequado (p=0,013), e nas que sofreram rápido ganho de peso até os seis meses de idade (p<0,001), da mesma forma que as médias de cintura aos 18 anos (p=0,013 e p=0,034 respectivamente). Estes valores mantiveram-se significantes após ajuste na análise de regressão, apesar de o ganho de peso pós-natal ter seu poder explicativo reduzido sobre a composição corporal na adolescência pela circunferência da cintura. Esses achados evidenciam que o peso ao nascer e o rápido ganho de peso nos seis primeiros meses de vida têm um papel importante na modulação da composição corporal na infância e adolescência, independentemente de condições socioeconômicas e estilo de vida, de forma que favorece o aumento do acúmulo de adiposidade abdominal e corrobora com os pressupostos da hipótese da origem fetal das doenças.

Resumo 2

Questões relacionadas a água, saneamento e higiene chamados pelo termo WASH (water, sanitation and hygiene), quando inadequados, estão associados à ocorrência de enteropatia ambiental e favorecimento a doenças diarreicas, que podem levar à restrição crônica de crescimento, identificada pela baixa estatura para idade. A pesquisa teve como objetivo geral avaliar a associação entre práticas de WASH e déficit de estatura em crianças menores de seis anos residentes em Belo Jardim (PE). Foi realizado um estudo transversal de abordagem quantitativa, com 250 crianças menores de seis anos cadastradas pela Estratégia Saúde da Família, residentes na zona urbana do município. Foi utilizado um questionário estruturado com informações obtidas por entrevistas realizadas com cuidadores das crianças e dados coletados a partir do comprimento/altura destas. Apenas um terço das crianças era sujeito a condições totalmente adequadas de WASH; diferentemente do que se esperava, não foi observada uma associação entre a inadequada prática de WASH e a presença de risco de déficit de estatura e déficit de estatura. Analisando-se os componentes separadamente e suas classificações de melhorado e não melhorado, percebe-se que a água foi a que teve maior parcela de classificação não melhorada (60,4%), seguido da higiene. Foi encontrado um saneamento melhorado de quase 100%. A frequência encontrada de déficit de estatura foi de 7,2%, e foi mais presente em crianças com menos de 24 meses de idade. Foi observada uma associação estatisticamente significante entre as práticas de WASH classificadas como inadequadas, assim como, isoladamente o consumo de água de beber não melhorada, com as classes socioeconômicas inferiores (p=0,000). A diarreia nas duas últimas semanas apareceu em 10,4% dos casos tendo sido vista uma tendência de associação com a condição da água. O estudo demonstrou que esta comunidade do Nordeste brasileiro possui inequidade de acesso a serviços básicos. Dentre os componentes do WASH, a água de beber foi o item mais precário; as práticas de higiene não melhoradas estiveram presentes em uma importante parcela das crianças com risco ou déficit de estatura. Em contrapartida, a alta taxa de saneamento melhorado parece ter exercido um importante papel protetor na comunidade. Conclui-se que a interação de fatores que contribuem para o aparecimento de déficit de estatura é complexo, mas que a melhoria nas práticas de WASH são uma importante abordagem a ser adotada para melhorar o crescimento e consequentemente o desenvolvimento infantil em regiões do nordeste brasileiro.

Mais informações
Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente
(81) 2126.8514

ppgsca@gmail.com

Data da última modificação: 18/02/2019, 13:48