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Pós-Graduação em Geociências promove defesa de tese de doutorado
Defesa acontece amanhã (28), às 14h30, via Google Meet
O Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGEOC) da UFPE promove a defesa de tese de doutorado da aluna Flávia Araújo de Arruda Cabral, amanhã (28), às 14h30, via Google Meet. Os interessados em assistir devem entrar no link. É recomendado aos que se entre na sala virtual com o microfone e câmera desligados.
Intitulado “Caracterização Petrológica e Geoquímica das Rochas Carbonáticas da Formação Morro do Chaves, Bacia de Sergipe-Alagoas, NE do Brasil”, a tese teve orientação do professor Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann e coorientação de João Adauto de Souza Neto (UFPE). A banca examinadora é formada pelos professores Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (orientador), Claus Fallgatter (PPGEOC/CTG/UFPE), Gelson Luís Fambrini (PPGEOC/CTG/UFPE), Valéria Centurion Córdoba (UFRN) e Victor Hugo Santos (UENF).
Resumo
A unidade litoestratigráfica de interesse neste trabalho é a Formação Morro do Chaves de idade neobarremiana a eoaptiana (Andar Jiquiá), da fase rifte da Bacia Sergipe-Alagoas, caracterizada por calcarenitos e calcirruditos intercalados com argilitos, folhelhos, arenitos e conglomerados. As coquinas (calcários bioclásticos) da Formação Morro do Chaves representam um importante estudo de caso por serem rochas análogas aos reservatórios do pré-sal. Neste trabalho, estão destacadas as rochas carbonáticas e os arenitos calcíferos com bioclastos desta unidade. Petrograficamente, as rochas carbonáticas possuem composição calcítica, com grandes quantidades de moluscos biválvios e ostracodes em menor proporção, podendo apresentar grãos siliciclásticos. De acordo com Dunhan (1962), estas rochas foram classificadas como wackestones, packstones e grainstones e, de acordo com Embry e Klovan (1971), como rudstones. Processos diagenéticos como neomorfismo, micritização, dissolução, cimentação, piritização e compactação mecânica e química foram observados nessas rochas. A partir de análises geoquímicas foi possível verificar que SiO2, TiO2, Al2O3, MgO e K2O são provenientes da fração detrítica e, também, de argilomireais, enquanto que CaO está representando a fração química representada pela calcita. As análises químicas realizadas nos calcários mostram que o CaO (30,32 a 58,03%) ocorre como constituinte principal, seguido por SiO2 (<0,001 a 37,78 %), enquanto TiO2, Al2O3, Fe2O3, MnO, MgO, Na2O, K2O, P2O5, Rb e Sr ocorrem como constituintes menores e traços. O teor de magnésio nessas rochas carbonáticas é muito baixo, evidenciando que não houve processo de dolomitização e que as calcitas são de baixo teor de magnésio. De acordo com os valores das razões Mn/Sr, Fe/Sr Mg/Ca e Sr/Ca pode-se dizer que essas rochas não sofreram alterações diagenéticas consideráveis em sua composição capaz de influenciar os resultados isotópicos. As análises de DRX permitiram verificar a baixa ocorrência dos argilominerais caolinita, caolinita 2M (dickita) e montmorilonita. Foram analisados os isótopos de carbono e oxigênio nas amostras do afloramento da Pedreira Atol, cujos valores de d13C variam de -5,34 a -3,67‰ e os de d18O, de -8,56 a -4,13‰ VPDB típicos de ambiente lacustre de água doce. A partir da correlação ou não correlação dos valores isotópicos, pôde-se verificar tanto um comportamento hidrológico fechado quanto comportamento hidrológico aberto no lago que deu origem a estas rochas. Os valores calculados de salinidade variam de 112,56 a 117,73 e confirmam um ambiente de água doce para formação dessas rochas. Os valores calculados para paleotemperatura variaram de 8,4 a 17,4°C mostrando que houve poucas flutuações nas temperaturas do lago naquele período. O estudo de ostracodes permitiu identificar espécies pertencentes a quatro gêneros não marinhos Cypridea Bosquet, 1852, Reconcavona Krömmelbein, 1962, Theriosynoecum Branson, 1936 e Petrobrasia Krommelbein, 1965, corroborando com o ambiente lacustre da Formação Morro do Chaves. Além disso, a partir da ocorrência de Cypridea riojoanensis Moura, 1972, foi possível estabelecer o posicionamento biocronoestratigráfico do afloramento da Formação Morro do Chaves, em Propriá-SE, no Andar Jiquiá (Barremiano-Aptiano).