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Estudo investiga a toxicidade de tintas anti-incrustantes em organismos marinhos

Título da Dissertação de Mestrado

Toxicidade do tributilestanho para o copépodo bentônico Tisbe biminiensis

 

Resumo para Divulgação

A ecotoxicologia é a ciência que estuda os efeitos dos poluentes sobre os organismos. Atualmente, inúmeros compostos químicos (por exemplo, petróleo) são liberados no ambiente marinho e comprometem o crescimento, a reprodução e a sobrevivência de várias espécies de organismos. O tributilestanho (TBT) foi um composto amplamente utilizado na indústria naval para evitar a incrustação biológica nos cascos das embarcações. Infelizmente, este composto prejudica o ciclo de vida de outras espécies marinhas: ostras, mexilhões, peixes, copépodos, entre outras. Copépodos são minúsculos crustáceos importantes na cadeia alimentar marinha. Estes organismos podem viver na coluna d’água (planctônicos) ou associados ao fundo do mar (bentônicos). A dissertação de Bruno Costa avaliou a toxicidade do TBT para o copépodo marinho Tisbe biminiensis. Este copépodo vive associado a macroalgas no fundo do mar e pode facilmente ser cultivado em laboratório. O TBT dissolvido na água do mar foi letal para o copépodo T. biminiensis em concentrações de 36 µg/L após 48 h de exposição. O estudo também descobriu, através de uma revisão da literatura, que copépodos bentônicos são menos sensíveis ao TBT dissolvido na água que copépodos planctônicos. O TBT é um composto orgânico com solubilidade na água do mar muito pequena. Dessa forma, este composto tende a acumular no sedimento. O TBT no sedimento foi letal para o copépodo T. biminiensis em concentrações de 31 µg/g após 96 h de exposição. Além disso, a presença do TBT no sedimento em concentrações de 5,2 µg/g reduziu em 50% a fecundidade de copépodos adultos após 96 h de exposição. O TBT produz outros efeitos sub-letais nos copépodos tais como atrasos no desenvolvimento dos estágios juvenis, prejuízos nos mecanismos de determinação sexual e na reprodução dos organismos adultos. A soma de todos estes efeitos prejudica o crescimento das populações de copépodos no ambiente marinho. Os resultados reportados no trabalho de Bruno Costa são úteis para compreender a toxicidade do TBT para organismos marinhos e para validar a utilização do copépodo T. biminiensis como organismo-teste em programas de monitoramento ambiental.

 

Contato para Informações

Bruno Varela Motta da Costa

 

Apoio Financeiro

CNPq

Data da última modificação: 18/05/2018, 11:52