Notícias Notícias

Voltar

Defesa de Tese de Doutorado n.º 9 em 2023

“OS METATÉRIOS DA BACIA DE ITABORAÍ: sistemática e diversidade”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Tese de Doutorado n.º 9 em 2023

 

Aluno(a): Leonardo de Melo Carneiro

 

Orientador(a): Dr. Édison Vicente Oliveira

 

Coorientador(a): -

 

Título: “OS METATÉRIOS DA BACIA DE ITABORAÍ: sistemática e diversidade”

 

Data: 06/10/2023

 

Horário: 9h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/pag-dkti-aox

 

Banca Examinadora:

 

Presidente:

 

Dr. Édison Vicente Oliveira (Orientador)

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Dr. Francisco Javier Goin (Universidad Nacional de La Plata)

2.º Examinador(a): Dr. Kleberson de Oliveira Porpino (UERN)

3.º Examinador(a): Dr. Leonardo Rodrigo Kerber Tumeleiro (UFSM)

4.º Examinador(a): Dr.ª Lílian Paglarelli Bergqvist (UFRJ)

5.º Examinador(a): Dr. Pierre-Olivier Antoine (Université de Montpellier)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Dr.ª Ana Maria Ribeiro (Museu de Ciências Naturais do RS)

2.º Examinador(a): Dr. Gustavo Ribeiro de Oliveira (PPGEOC/CTG/UFPE)

 

Resumo:

 

Metatheria representou o grupo de mamíferos paleogenos de maior diversidade da América do Sul. Dentre as faunas paleogenas, a fauna de metatérios do Eoceno Inicial (Itaboraiense SALMA) da Bacia de Itaboraí, São José de Itaboraí, RJ, Brasil, é uma das mais proeminentes. Esta fauna preservou a maior diversidade de metatérios insetívoros, frugívoros e táxons com especializações durófagas (Gaylordia, Didelphopsis, Eobrasilia e Periprotodidelphis) em uma única associação faunística do Paleogeno-Neogeno das Américas. Os metatérios foram representados por 29 gêneros e 43 espécies cuja massa corporal variou entre menos de 10 gramas (Minusculodelphis spp.) a mais de 6kg (Silvenator brasiliensis e Eobrasilia coutoi), abrangendo diversos nichos tróficos: frugívoros, folívoros, faunívoros, insetívoros, durófagos e onívoros. Durante a presente tese, a descoberta de novos espécimes (dentição, dentários e maxilas) elevou para mais de 1000 exemplares tombados em coleções brasileiras. Esses espécimes permitiram conhecer a dentição superior, inferior e dentário de quase todos os metatérios de Itaboraí. A fauna metateriana de Itaboraí compreendeu os mais antigos representantes conhecidos dos Didelphimorphia (Monodelphopsiidae rank nov.: Monodelphopsis; e Protodidelphidae: Guggenheimia, Protodidelphis, Robertbutleria e Carolocoutoia), e também um possível Australidelphia-“Woodburnodontidae” (Austropediomys), a linhagem-irmã aos Microbiotheria e Diprotodontia. Nesta tese, Robertbutleria foi resgatado com base em inúmeras características compartilhadas exclusivamente com Carolocoutoia em comparação a Protodidelphis. A presença de Paucituberculata não foi confirmada na fauna, visto que “Riolestes” deve representar um dente decíduo de Robertbutleria. Sparassodonta foi representado na fauna por Patene, Silvenator e Sparassodonta gen. nov., que ocuparam o nicho trófico dos principais mamíferos predadores. Polydolopimorphia foi representado por Epidolops, o metatério mais abundante dessa fauna; Gashternia, de dieta folívoro-frugívora; e os enigmáticos Periprotodidelphis e Eobrasilia. “Zeusdelphys complicatus” é aqui reconhecido como um sinônimo júnior de E. coutoi. A grande variedade de “ameridélfios” Itaboraienses incluiu, entre outros, “Peradectoidea”? (Peradectoidea gen. nov., Bergqvistherium), Bobbschaefferiidae fam. nov. (Bobbschaefferia), Mirandatheriidae rank nov. (Pucadelphyoidea gen. nov. e Mirandatherium), Caroloameghiniidae (Procaroloameghinia), Jaskhadelphyoidea superfam. nov.-Gaylordiidae fam. nov. (Gaylordia), Jaskhadelphyoidea superfam. nov.-Jaskhadelphyidae (Minusculodelphis e Marmosopsis), Sternbergiidae-Sternbergiinae (Carolopaulacoutoia), Sternbergiidae-Didelphopsiinae subfam. nov. (Didelphopsis e Itaboraidelphys), Herpetotheriidae (Armintodelphys), Derorhynchidae (Diogenesia, Derorhynchus) e Derorhynchidae-Cooniinae subfam. nov. (Derorhynchidae gen. nov.). Dentre esses táxons, Gaylordia macrocynodonta foi reconhecido como potencialmente dimórfico. Epidolops ameghinoi e Marmosopsis juradoi compreenderam, pelo menos, 33% da fauna de metatérios de Itaboraí. Em relação a diversidade total de metatérios eocênicos inferiores sul-americanos reconhecidos atualmente, as faunas de Itaboraí e Las Flores, Argentina, e Itaboraí e faunas do Riochiquense SALMA (Eoceno Inicial-médio) argentinas apresentaram similaridades faunísticas de 65% e 45%, respectivamente, suportando uma forte similaridade faunística entre elas. Dentre as diferenças faunísticas, a provável presença de Armintodelphys na fauna de Itaboraí suportaria a hipótese da Atlantogea, visto que a espécie brasileira é morfologicamente mais similar a espécie europeia do que com as duas espécies norte-americanas. A reavaliação dos oito morfotipos de petrosos recuperados em Itaboraí permitiu prováveis associações, baseadas em tamanho estimado e afinidades filogenéticas, com alguns táxons dessa fauna, no que se sugere a identificação dos petrosos de Minusculodelphis, Armintodelphys, Marmosopsis, Carolopaulacoutoia, Gaylordia, Derorhynchidae, Pucadelphyidae gen. nov. e Epidolops.

 

Palavras-chave: Didelphimorphia; Eoceno Inicial; Itaboraiense; Marsupialia; Petroso