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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 12 em 2023

“ANÁLISE ICNOLÓGICA DO TESTEMUNHO ITAMARACÁ-1IT-03-PE, (MAASTRICHTIANO-DANIANO) DA BACIA PARAÍBA”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 12 em 2023

 

Aluno(a): Carlos Alves Moreira Junior

 

Orientador(a): Dr. Mário Ferreira de Lima Filho

 

Coorientador(a): Dr.ª Sonia Maria Oliveira Agostinho da Silva (UFPE)

 

Título: “ANÁLISE ICNOLÓGICA DO TESTEMUNHO ITAMARACÁ-1IT-03-PE, (MAASTRICHTIANO-DANIANO) DA BACIA PARAÍBA”

 

Data: 02/10/2023

 

Horário: 10h

 

Local: Sala de Reunião do Laboratório de Geologia Sedimentar e Ambiental (LAGESE/DGEO/CTG/UFPE), localizada no 2.ª andar do Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (LITPEG/UFPE).

 

 

Banca Examinadora:

 

Presidente:

 

Dr. Mário Ferreira de Lima Filho (Orientador)

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Dr. Rafael Costa da Silva (CPRM)

2.º Examinador(a): Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Dr. Sandro Marcelo Scheffler (UFRJ)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Dr. Daniel Sedorko (UFRJ)

2.º Examinador(a): Dr. Gelson Luís Fambrini (PPGEOC/CTG/UFPE)

 

Resumo:

 

A faixa costeira da Bacia Paraíba ocupa uma estreita faixa ao longo do litoral dos Estados de Pernambuco e Paraíba. Esta bacia marginal possui uma área continental de aproximadamente 7600km2 e mais 31400km2 de área oceânica, ao longo da plataforma continental. Sua coluna sedimentar é constituída por cinco unidades principais: formações Beberibe, Itamaracá, Gramame, Maria Farinha e Tambaba depositadas entre o Coniaciano e o Eoceno. Esse trecho do Nordeste oriental foi o último a se separar da contraparte africana, e os depósitos basais nesta faixa costeira possivelmente se iniciaram no Coniaciano. O objetivo principal desse trabalho foi identificar e descrever os icnofósseis na Formação Gramame e Maria Farinha, do Cretáceo Superior e Paleoceno da Bacia Paraíba, determinar suas icnofácies, e interpretar o paleoambiente durante o intervalo Maastrichtiano-Daniano na Bacia Paraíba. Este estudo icnológico foi conduzido no poço Itamaracá-1IT-03-PE, localizado na Ilha de Itamaracá, com extensão total de 82,7 metros. As descrições se concentraram na sequência carbonática característica das formações. A sequência estudada abrange uma espessura de 68 metros, composta por calcários bioclásticos (wackestone-packstone) intercalados com margas. Os calcários, predominantemente maciços, variam de cinza a cinza muito claro, exibindo bioturbação e intraclastos. As camadas de margas, mais finas, são em grande parte maciças, com menos bioclastos e bioturbação. Foram identificadas três icnofábricas compostas: Palaeophycus, Palaeophycus-Astersoma e Asterosoma. A seção do poço Itamaracá-1IT-03-PE exibe vários icnogêneros, como Palaeophycus, Planolites, Thalassinoides, Asterosoma, Teichichnus e Taenidium. Esses icnogêneros diferem em diversidade de áreas carbonáticas similares, e em outras localidades que registraram o evento K-Pg. As icnoassembleias sugerem predominantemente um ambiente marinho de baixa energia, com pequenas variações de taxa de sedimentação. A baixa diversidade pode indicar um ambiente de maior profundidade na plataforma. Essas icnofábricas são caracterizadas por estruturas horizontalizadas de alimentação e moradia, com diversidade e abundância reduzidas produzidas por organismos escavadores que migraram verticalmente no substrato, indicando condições paleoambientais relativamente estáveis, o que sugere uma icnofácies Cruziana. Além disso, esta região do Nordeste oriental foi a última a se separar da África, com depósitos sedimentares a partir do Coniaciano, especialmente os do intervalo Maastrichtiano-Daniano estudados aqui. Neste mesmo período, na Bacia de Douala e Rio Muni se depositaram formações que exibem intervalos geradores com querogênio tipo II e III, com pacotes de areia atuando como reservatórios. Essa configuração levanta a possibilidade de intervalos geradores nos folhelhos offshore da Bacia Paraíba e na formação Gramame como potencial reservatório. Desta forma, a investigação das formações Gramame e Maria Farinha na Bacia Paraíba assume importância para compreender o preenchimento da bacia e prever os ambientes deposicionais offshore.

 

Palavras-chave: Traços Fósseis; Icnofábricas; Plataforma Carbonática; Limite K-Pg