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Curso de Hotelaria da UFPE é visto como diferencial na qualificação profissional do setor hoteleiro

Cerca de 40 estudantes que atuam no mercado de trabalho percebem as diferenças de formação

A bacharela em Hotelaria, Amanda Gomes, constatou, em pesquisa realizada no Departamento de Hotelaria e Turismo (DHT) do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), que estudantes da área que atuam no mercado de trabalho percebem as diferenças de formação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

 

Os dados da pesquisa, realizada pela profissional de Hotelaria formada na UFPE, foram obtidos por meio de 41 pessoas que estudam na federal pernambucana e, em sua maioria, possuem experiências profissionais em lugares como restaurantes, cafeterias, bares, hospitais, hotéis, lavanderias e meios alternativos de hospedagem.

“A maioria acredita que o curso possibilita melhor colocação no mercado de trabalho, apenas 2,4% acharam que o curso não proporciona esta posição. A educação superior contribui para a produção de conhecimento e formação profissional. A universidade está se comportando perante necessidades atuais, se seus currículos e formação profissional são suficientes para entregar um excelente profissional”, alega o estudo de Amanda.

Com orientação do professor Carlos Eduardo Pimentel, o trabalho revela que os estudantes se sentem capacitados para enfrentar os desafios que o segmento hoteleiro oferece. Além disso, traz informações sobre perspectivas de melhorias na qualificação profissional e nas potencialidades existentes na área.  

“Apesar de haver algumas críticas sobre algumas características da graduação, identificou-se aspectos positivos na percepção dos estudantes. Por exemplo, como a qualificação na educação se torna um diferencial para atuação no mercado de trabalho. A maioria dos estudantes respondeu que gosta das disciplinas ofertadas pelo curso e nenhum dos respondentes disse não gostar”, destaca.

Entre os pontos positivos apontados pelos estudantes, consta que, durante a atuação no mercado de trabalho, eles perceberam “a influência do aprendizado recebido no seu dia a dia acadêmico”, especialmente em conhecimentos adquiridos nas disciplinas voltadas para áreas operacionais do setor hoteleiro.

“A disciplina de Gastronomia foi apontada como a que mais agrega. O curso de Hotelaria tem parcerias com empresas do ramo da Hospitalidade que contribuem para o seu desenvolvimento. Outras que foram citadas: Eventos, Fundamentos da Hotelaria e Gestão de Lazer. Essas aulas possibilitam ao aluno ter uma vivência ativa e mais realista das áreas operacionais da hotelaria”, reforça o trabalho de Amanda.

Já em relação à necessidade de melhorias, os estudantes acreditam que os conhecimentos das disciplinas devem estar atrelados não só ao repasse de práticas profissionais da área hoteleira e de ciências sociais aplicadas, mas também de ideias com base em especialistas do setor hoteleiro e de conhecimentos científicos que possam estar ligados diretamente ao setor.

De acordo com os dados da pesquisa de Amanda, os estudantes afirmaram que “apesar de haver cadeiras que trazem o ramo da hotelaria, deveria haver uma maior inserção de cadeiras que sejam voltadas para o cotidiano de um profissional na área hoteleira”. Por exemplo, eles questionam o fato de que possuem dificuldades em visualizar a aplicação de determinados conteúdos, ou as formas como foram repassados, no dia a dia de um profissional do campo hoteleiro.

“Dentre o que foi observado, uma das maiores queixas dos estudantes consiste na maneira de como são conduzidas algumas disciplinas de outros departamentos. Devido a pouca conexão, entre o conteúdo abordado e o estudo da hospitalidade, elas acabam empobrecendo os conteúdos quando se referem ao tema hotelaria”, adverte o trabalho.

FORMAÇÃO DESAFIADORA - Segundo dados institucionais e curriculares sobre a formação do curso de graduação em Hotelaria na UFPE, é preciso estimular estudantes a desafiarem o aprendizado para executar atividades consideradas imprescindíveis na operacionalização profissional de uma rede hoteleira. Devem abarcar aspectos múltiplos em áreas como hospedagem (recepção, reservas e governança), alimentos e bebidas (restaurantes, bares e cozinha) e administração (marketing, vendas, controladoria, finanças e controles).

Para os dados institucionais da UFPE, “um bacharel em Hotelaria deve ter uma sólida formação interdisciplinar em ciências sociais aplicadas” e obter, além de conhecimentos específicos, habilidades nas áreas interligadas à hospitalidade. É preciso, de acordo com as bases institucionais da federal pernambucana, entender que várias habilidades e competências se fazem necessárias para uma boa formação do profissional.

No cenário, ressalta o trabalho de Amanda Gomes, há uma necessidade de agregar dimensões de conhecimentos que estejam diretamente ligadas às especificidades da rede hoteleira. Um dos depoimentos da pesquisa reforça que obteve maior aprendizado em “disciplinas ofertadas exclusivamente por professores do curso de Hotelaria e Turismo”. Para ele, uma vez que há falta de direcionamento específico de professores de outros cursos, “o conhecimento é muito macro, teórico e vago.” 

CONCENTRAÇÃO NA REDE HOTELEIRA - A turismóloga e mestra em Geografia pela UFPE, Annara Perboire, revela, no trabalho acadêmico "O processo de reorganização espacial da hotelaria do Recife", a existência de uma concentração na rede hoteleira da cidade do Recife, em Pernambuco. Os dados de sua pesquisa argumentam que, desde os anos de 1980, há uma concentração do ramo hoteleiro no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da cidade, em detrimento de áreas centrais, como Derby, Boa Vista, São José e Santo Antônio, o que causa marginalização na região central. 

"Houve uma transformação na configuração hoteleira da cidade do Recife, a qual removeu os objetos e ações vinculados à atividade turística do centro para Boa Viagem. Esta área acabou surgindo como preferencial nos investimentos hoteleiros, com atrativos como: a praia, a proximidade ao aeroporto, os investimentos propostos à hotelaria na década de 1980, a estrutura física do bairro. Isso tudo aliado ao surgimento da localidade como um importante subcentro comercial e de prestação de serviços no espaço urbano da cidade", explica.  

De acordo com a pesquisa de Annara,  quando a parte central do Recife era privilegiada do ponto de vista de investimentos em atividades de diversão e entretenimento, os hotéis se localizavam na sua área. Com a fixação no bairro de Boa Viagem, "algo novo começava a ocorrer no setor hoteleiro da cidade". Este fato se alastrou pela cidade do Recife, a partir da década de 70 e 80, quando hotéis e atividades de negócios passaram a se concentrar na Zona Sul, principalmente em Boa Viagem.

"A área central, por sua vez, além de possuir um número reduzido de hotéis, encontra-se, em sua grande maioria, com objetos espaciais obsoletos, além de muitos distorcerem suas atividades. No entanto, há indícios de que a área central iniciou um processo de (re)valorização, o que poderá vir a contribuir para (re)organizar a hotelaria do Recife, modificando o padrão espacial relativo à atividade turística", prevê o trabalho de Annara. 

MERCADO EM ASCENSÃO - A pesquisa “Hotelaria em Números Brasil 2023”, lançada pela empresa de consultoria em investimentos JLL, evidencia que há uma "resiliência da indústria hoteleira e sua capacidade de recuperação após crises", como a pandemia de covid-19. Pelos dados da pesquisa, houve recuperação da taxa de ocupação dos hotéis desde 2022 e que se manteve ao longo do ano de 2023. "Os resultados da pesquisa demonstram que a indústria hoteleira brasileira segue tendências globais, iniciando uma recuperação robusta em ocupação, diárias médias e rentabilidade. Esta recuperação se manteve vigorosa em 2023, projetando um período de excelente performance nos próximos anos", alega.  

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Data da última modificação: 11/07/2024, 11:17

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