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HC realiza procedimento inédito na rede pública de Pernambuco
Foi realizada uma Ablação Endoscópica por Radiofrequência, indicada para tratar doenças do aparelho digestivo
O Hospital das Clínicas da UFPE, unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, continua promovendo atividades de excelência na área de ensino, pesquisa e assistência à saúde. Na última quinta-feira (18), a Unidade de Endoscopia Digestiva e os médicos residentes do Programa em Gastroenterologia do HC-UFPE/Ebserh realizaram um procedimento inédito na rede de saúde pública de Pernambuco: a Ablação Endoscópica por Radiofrequência, indicada para tratar doenças do aparelho digestivo, principalmente, o Esôfago de Barrett com displasia – uma enfermidade que acarreta uma mudança no revestimento no esôfago, sendo o refluxo o principal fator de risco. Se não tratado de forma adequada, pode evoluir para câncer esofágico.
O chefe da Unidade de Endoscopia Digestiva do HC, João Paulo Pontual, explica que a Ablação por Radiofrequência é uma técnica minimamente invasiva, eficiente e com baixa taxa de complicações, permitindo que o tecido comprometido do esôfago seja queimado superficialmente sem interferência nas camadas profundas. A intervenção é feita sob sedação leve e sem necessidade de internamento hospitalar.
“Esse procedimento gera inúmeros benefícios para o paciente, e um dos mais significativos é a preservação da estrutura do órgão, que no tratamento convencional é removido cirurgicamente. “Fizemos o primeiro caso de Ablação de Esôfago de Barrett com displasia em alto grau por radiofrequência dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco, o que foi um grande benefício para o paciente já que a opção terapêutica seria uma cirurgia bastante agressiva. Com essa técnica que fizemos no HC em caráter ambulatorial, foi possível destruir o tecido comprometido e preservar o órgão desse paciente”, acrescenta.
Os médicos residentes do Programa em Gastroenterologia também participaram de todo o processo. Para Luiz Paulo Germano, que está no segundo ano da residência, poder atuar em um procedimento inédito dentro do SUS é de suma importância para a sua formação. “É um privilégio participarmos desse momento. Esse é um procedimento avançado que ajuda muitos pacientes, pois ele trata uma doença pré-maligna e apresenta baixas chances de complicações. Então, para nós, que iremos trabalhar no dia a dia com Gastroenterologia e Endoscopia, é fundamental. Ainda mais tendo a oportunidade de fazer de forma conjunta com o preceptor. Sem dúvidas, contribuiu de forma bastante significativa”, afirmou.
A Ablação por Radiofrequência é um procedimento que não é coberto pelo SUS e foi realizado, de forma excepcional, no hospital-escola a partir da doação dos acessórios descartáveis de alto custo, beneficiando, assim, a assistência ao paciente e também o treinamento em serviço dos médicos residentes.