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Ciências e Educação Básica
Publicado no Jornal do Commercio no dia 31 de agosto de 2019
Por Anísio Brasileiro e Aparecida Guilherme
A grande maioria dos jovens brasileiros, de 15 a 24 anos, valoriza a ciência. Sete em cada dez afirmam que a atividade científica beneficia a humanidade e 60% defendem ampliar investimentos no setor. Esses dados de uma pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada este ano com mais de dois mil brasileiros, explicam os esforços da UFPE para valorizar a ciência na educação básica. O Centro de Ensino de Ciências do Nordeste (Cecine), uma das mais importantes unidades da UFPE, foi fundado em 1965 para contribuir com o ensino na educação básica. A partir de 2004, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e renomeado como Coordenadoria, elaborou projetos para capacitação de professores e difusão da ciência.
Em 2016, as atividades foram intensificadas em três eixos: formação de professores da Educação Básica; ensino-aprendizagem de alunos da Educação Básica e popularização da Ciência. Além disso, foram articuladas parcerias com professores das universidades locais e professores do Ensino Fundamental e Médio das redes públicas de ensino. Tais atividades possuem grande potencial de repercutir positivamente na sala de aula do ensino público fundamental e médio, como, por exemplo, o curso de práticas de laboratório de Química para a formação continuada de professores, as oficinas de estímulo à investigação científica em Biologia, Física, Química, Geociências e Matemática, os cursos pré-acadêmicos ou mesmo o Cecine Clube, com exibição e debate de filmes. Existe também uma alta demanda pelo minicurso de Astronomia, uma parceria com a UFRPE, e participação da comunidade durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).
Os indicadores impressionam: somente em 2018, as atividades da Coordenadoria atraíram 16 mil pessoas, num crescimento de 28% com relação a 2017 e de 140% comparado a 2016. A UFPE tem defendido, em projetos como os coordenados pela Cecine, a necessidade de termos um Brasil soberano, democrático e justo. Para tanto, não há saída sem o fortalecimento das instituições federais de ensino e pesquisa. Daí por que a Cecine, em seus 54 anos de existência, orgulha-se da coerência de suas ações tendo como foco central a formação de professores e a popularização da ciência, homenageia seus dirigentes e mantém-se fiel aos princípios de Paulo Freire, professor da UFPE e patrono da educação brasileira. Ao dizer que “não há docência sem discência”, Paulo Freire reafirma a importância da extensão universitária que associa saberes acadêmicos e sociais. Esses têm sido os princípios e o fio condutor da UFPE nos seus já longos 73 anos de existência e 192 anos de nossa Faculdade de Direito.
Anísio Brasileiro é reitor da UFPE e Aparecida Guilherme é coordenadora da Cecine