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Saúde da Criança e do Adolescente promove defesas de teses neste mês
As defesas ocorrerão nos dias 23 e 29 deste mês, às 9h e às 14h, respectivamente
O Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente (PPGSCA) do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE promove defesa de teses no fim deste mês. A tese “Intenções preventivas em hanseníase e o protagonismo de adolescentes mediados por círculos de cultura” escrita pela doutoranda Maria Lúcia Neto de Menezes e orientada pela professora Estela Maria Monteiro será defendida no dia 23 deste mês, às 9h, no prédio das Pós-Graduações do CCM , no auditório 2 (1°andar).
A banca examinadora será composta pela orientadora e pelas professoras Selene Vasconcelos (UFPB); Ana Karina Lima (UFPE); Clodis Maria Tavares (Ufal); e Maria Auxiliadora Padilha (UFPE). Os suplentes da banca serão as professoras Maria Wanderleya Marinus (UFPE) e Maria das Neves Figueiroa (UPE).
Já tese “Influência da habilidade cognitiva, traço de inteligência emocional e depressão maternos no desenvolvimento neuropsicomotor infantil” produzida pela discente Giselle Souza de Paiva, orientada pela professora Sophie Helena Eickmann e coorientado pela professora Marília de Carvalho Lima, será defendida no dia 29 deste mês, às 14h, também no prédio das Pós-Graduações do CCM, no auditório 2 (1°andar).
A banca examinadora será composta pela orientadora, pelas professoras Daniela Tavares Gontijo (UFPE); Lícia Vasconcelos da Silva (Asces-Unita); Maria Isabel Pedrosa (UFPE); e pelo professor José Maurício Haas Bueno (UFPE). Os suplentes da banca são os professores Pedro Israel de Lira (UFPE) e Elisabete Pereira Silva (UFPE).
Resumo 1
A hanseníase é uma doença infecciosa, considerada endêmica em população que apresenta precárias condições de vida. O Brasil é um país de alta carga para a doença e o segundo com o maior número de casos novos registrados no mundo. Crianças e adolescentes pertencem a grupos considerados vulneráveis e a ocorrência de hanseníase em menores de 15 anos é relevante indicador da magnitude da doença. Para eliminar ou reduzir a carga dessa doença, é preciso implementar políticas intersetoriais que envolvam saúde e educação voltadas à percepção e à adoção de comportamentos preventivos. Estudo realizado com o objetivo de avaliar os efeitos de Círculos de Cultura como estratégia educativa para desenvolver a intenção preventiva em hanseníase, entre adolescentes escolares. Pesquisa do tipo ensaio clínico não randomizado, desenvolvida em três etapas, na qual foram articulados métodos mistos. A primeira etapa constou da construção e validação de uma escala para mensuração do construto intenção e crenças subjacentes aos comportamentos preventivos de interesse em hanseníase, utilizando-se do modelo sociopsicológico da Teoria do Comportamento Planejado. Na segunda etapa, foi aplicada a escala de intenção para uma amostra de 257 adolescentes de sete escolas públicas do Recife, os quais residiam em regiões endêmicas para hanseníase. O levantamento da intenção preventiva e crenças predominantes nos adolescentes serviram como alvo para o planejamento de intervenção educativa baseada nos princípios pedagógicos de Paulo Freire. Na pesquisa-ação, terceira etapa do estudo, foram implementados cinco Círculos de Cultura com participação de 25 adolescentes, com análise dos efeitos a partir da medida da intenção e variáveis relacionadas, antes e após a realização da intervenção educativa. Para avaliação dos resultados, utilizou-se de uma estratégia de triangulação exploratória sequencial de dados quantitativos e qualitativos. Os resultados demonstraram que a escala de intenção preventiva apresentou validade e confiabilidade em suas propriedades psicométricas e a sua aplicação com os adolescentes escolares revelou predominância de intenção negativa (escores abaixo da mediana 31,3 / I- = 51%), correlacionada às crenças normativas (r=0,787) e norma subjetiva (r=0,875). O comportamento “saber onde buscar ajuda diante de suspeita de hanseníase” predominou no domínio das crenças normativas, com 73% de respostas. A “experiência relacionada a vivências pessoais e familiares de problemas de saúde” foi a variável externa de maior influência sobre a intenção (RP= 6%). Antes da intervenção, a maioria dos adolescentes apresentou escore de intenção inferior à mediana (61%=I-), influenciado principalmente pelas crenças normativas e norma subjetiva, semelhante ao grupo geral de adolescentes escolares entrevistados no Recife. Após a intervenção foi possível verificar um aumento no escore de intenção (antes 31,3 / depois 37,7), o mesmo ocorrendo com todos os domínios da escala. O destaque foi para as crenças de controle e o controle comportamental percebido que elevaram os escores em 11,6 e 8,6 respectivamente. As evidências sugerem que o processo educativo, dialógico, crítico-reflexivo é promotor de intenção comportamental, capaz de incitar a confiança do adolescente em si mesmo e sua capacidade de engajar-se e protagonizar comportamentos preventivos em hanseníase.
Resumo 2
Os primeiros anos de vida constituem um período de grande vulnerabilidade para o desenvolvimento neuropsicomotor infantil (DNPM), sofrendo influência de fatores biológicos e ambientais, que podem ser de risco ou proteção e ter repercussão negativa ou positiva ao longo desse processo. Fatores maternos, tais como a habilidade cognitiva (indicador do quociente de inteligência - QI), o traço de inteligência emocional e a depressão, podem ter impacto neste desenvolvimento, tanto de forma direta, provavelmente por mecanismos relacionados à genética e à epigenética, como de forma indireta, na medida em que podem influenciar a estimulação domiciliar da criança, cujos mecanismos ainda não são totalmente esclarecidos na literatura. O objetivo deste estudo foi analisar a influência do QI, do traço de inteligência emocional e da depressão maternos sobre o DNPM, controlando possível influência de variáveis confundidoras. Trata-se de um estudo transversal com componente analítico e foi realizado em duas Unidades de Saúde da Família situadas em comunidades de baixo nível socioeconômico da cidade do Recife, Pernambuco, Brasil. Crianças de seis meses a três anos de idade (n= 204) e seus pais ou cuidadores foram incluídos e o período de coleta de dados ocorreu entre agosto de 2014 a julho de 2017. Foram avaliadas as seguintes variáveis independentes e respectivos instrumentos de avaliação: DNPM, através da triagem de Bayley do desenvolvimento neuropsicomotor infantil, versão III (Bayley III Screening Test); depressão materna, através do Self-Reporting Questionnaire - SRQ-20; habilidade cognitiva materna, através da Bateria de Provas de Raciocínio - BPR-5; traço de inteligência emocional materno, através do Inventário de Competências Emocionais e a qualidade de estimulação domiciliar, através do Home Observation for Measurement of the Environment - HOME. Os dados foram analisados por regressão logística hierarquizada para determinar o efeito ajustado por variáveis explanatórias (biológicas, socioeconômicas, demográficas, qualidade de estimulação domiciliar e vigilância do desenvolvimento infantil) sobre o DNPM. Foi adotado como nível de significância estatística o valor de p < 0,05. Dentre as crianças estudadas, 74 (36,3%) estavam na faixa etária de seis a 18 meses e 130 (63,7%) na faixa dos 19 a 36 meses. Verifica-se que a maioria das mães se encontrava na faixa etária de 20 a 30 anos (55,2%) e não trabalhava (65,7%). 27% das famílias encontravam-se no quartil inferior do índice socioeconômico e 36% apresentaram renda familiar mensal per capita abaixo da linha de miséria (igual ou menor que 0,25 salário mínimo mensal per capita). A média (± desvio-padrão) do índice HOME foi de 21,7 (6,6). Na análise multivariada, piores índices de habilidade cognitiva materna, Fator 5 emocional e menor média do índice HOME mantiveram-se associados com a suspeita/risco de atraso cognitivo das crianças. Um pior desempenho para a habilidade cognitiva materna e um menor índice de estimulação domiciliar estiveram associados a suspeita/risco de atraso no desenvolvimento da comunicação expressiva. O Fator 5 emocional e o índice altura para idade mantiveram-se associados à suspeita de atraso/risco do desenvolvimento da motricidade grossa. Concluiu-se que a população estudada apresentou múltiplos fatores de risco associados ao atraso do DNPM infantil de forma independente, destacando-se a habilidade cognitiva e o traço de inteligência emocional maternos. Outros fatores, após os ajustes, como a qualidade da estimulação do ambiente domiciliar, a nutrição da criança e o nível socioeconômico também permaneceram associados ao DNPM. O suporte à saúde, à educação e à inteligência maternos, além de estratégias para a redução da pobreza, deve ser enfatizado para promover um ambiente de cuidado estimulante, garantindo o potencial de desenvolvimento infantil, principalmente nos três primeiros anos de vida.
Mais informações
Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente (PPGSCA)
(81) 2126.8514
ppgsca@gmail.com