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Importância da Ciência para a Democracia é ressaltada no evento que celebrou o aniversário de 73 anos do Instituto Aggeu Magalhães
Pesquisadores destacam pesquisas e formação de capital humano na área de saúde pública
A importância da ciência para o enfrentamento das desigualdades sociais e o fortalecimento da democracia foi ressaltada na abertura do evento que marcou, na manhã de hoje (5), o início da celebração do 73º aniversário do Instituto Aggeu Magalhães (IAM), que funciona no Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Foto: Gabriela Albuquerque
Gestora da Fade, Maira Galdino da Rocha Pitta, representou o reitor Alfredo Gomes
O tema foi abordado na palestra proferida pelo assessor da presidência da Fiocruz para a cooperação com instituições francesas de ciência e tecnologia, Wilson Savino, intitulada “Ciência Democracia e Iniquidades”. Também foi citado nos discursos dos pesquisadores que formaram a mesa solene: o presidente do IAM, Pedro Miguel dos Santos Neto; a superintendente substituta do Ministério da Saúde (MS) em Pernambuco, Maria do Carmo Alves de Castro; a presidente do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco, Sonia Maria de Oliveira Pinto; a presidente do Conselho Municipal de Saúde do Recife, Janaína Maria Brandão da Silva; a sanitarista Marcela Salazar, representando a Secretaria de Saúde de Pernambuco; e a diretora-presidente da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade-UFPE), Maira Galdino da Rocha Pitta, que representou o reitor da UFPE, Alfredo Gomes.
“Aqui temos presentes as falas do controle social, do gestor de saúde e da academia. Gostaria de lembrar aqui também de dois pesquisadores eméritos nossos, Alzira Almeida e André Furtado. Temos que viver todos os dias a orientação de Alzira e André, nós do Aggeu temos a obrigação de entender essa população, temos que nos sentir parte dela e temos que trabalhar para que a saúde não seja uma mercadoria e sim, cidadania. Não somos uma instituição de um ou outro governo, não existimos para atender a pequenos interesses de uma pessoa ou outra, somos um patrimônio do povo brasileiro”, afirmou o presidente do IAM, Pedro Miguel dos Santos Neto, lembrando que esta é a unidade regional mais antiga da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ex-aluna do IAM, a sanitarista Marcela Salazar destacou: “O instituto tem sido fundamental no enfrentamento dos grandes problemas da saúde pública brasileira e respalda cientificamente a atuação das secretarias de saúde. Destaco ainda a atuação como núcleo formador de profissionais para atuarem nas diferentes áreas da saúde pública. O Aggeu é um patrimônio científico de Pernambuco, com reputação consolidada”.
Também ex-aluna do IAM, a superintendente substituta do MS em Pernambuco, Maria do Carmo Alves de Castro, lembrou que o próprio pai foi infectado pelo Schistosoma mansoni (parasita causador da esquistossomose, que é transmitido aos humanos por moluscos de água doce). “Gostaria de falar sobre a gratidão que tenho ao Aggeu porque, durante toda a minha infância, via pessoas morrendo por conta do Schistosoma. Meu pai teve, mas conseguiu tomar um dos primeiros remédios desenvolvidos e viveu até os 90 anos. A missão do Aggeu contribui para a diminuição das injustiças sociais, também por meio de ações integrantes de ensino, pesquisa e cooperação técnica”, avaliou.
Ao longo do evento, foram lembrados momentos cruciais para a saúde pública brasileira. Alguns mais recentes, como a pandemia de covid-19 e a epidemia de zika, e outros presentes há mais tempo na realidade do País, como o combate à filariose, à doença de Chagas e à já citada à esquistossomose. Falou-se também sobre como a desigualdade socioeconômica faz com que parte da população brasileira esteja mais suscetível às doenças.
“A democracia no Brasil tem uma história complicada. Como a gente vai falar em democracia quando o país as iniquidades tão escancaradas, quando tem milhões de pessoas passando fome? Como imaginar a democracia em um país tão desigual? No mundo, a distribuição da riqueza também piorou nos últimos anos. Esse é um desafio que não foi transposto, a luta é imensurável”, afirmou o pesquisador Wilson Savino em sua palestra, para depois completar: “No Brasil, as iniquidades representam um enorme problema para a saúde pública. A pobreza é um fator central, quem é pobre está mais sensível às mudanças, sejam elas uma pandemia ou um cataclismo. Vejo a ciência como um pilar na conquista da democracia. Nós sabemos que, se não fosse o SUS [Sistema Único de Saúde], a pandemia de covid-19 teria sido ainda pior para o povo brasileiro”.
Antes da palestra feita pelo pesquisador da Fiocruz, o público assistiu à série documental “Porque Escolhi Ser Cientista”, produzida pela jornalista Silvia Santos. A programação do dia também contou com um momento cultural com a poesia de Domício Sá.
Outros eventos estão programados para o mês de setembro. Nesta quarta-feira (6), às 9h30, haverá um debate online sobre o Observatório de CT&I em Saúde da Fiocruz. No dia 29 deste mês, às 9 h, será apresentado no auditório do IAM o resultado da pesquisa “Covid-19 e a violência urbana: repercussões no trabalho e na saúde mental de Agentes Comunitários de Saúde (Edital PMA/Fiocruz)”.
Mais informações
Instituto Aggeu Magalhães
(81) 2101.2500/2600