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Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 7 em 2022

“PALEOGEOGRAFIA DO CRETÁCEO NO NORDESTE DO BRASIL: IMPLICAÇÕES GEOQUÍMICAS DAS BACIAS DO ARARIPE E DE SÃO LUÍS-GRAJAÚ”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 7 em 2022

 

Aluno(a): Thales Lúcio Santos da Silva

 

Orientador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto

 

Coorientador(a): Prof. Dr. Mário Ferreira de Lima Filho (UFPE)

 

Título da pré-tese: “PALEOGEOGRAFIA DO CRETÁCEO NO NORDESTE DO BRASIL: IMPLICAÇÕES GEOQUÍMICAS DAS BACIAS DO ARARIPE E DE SÃO LUÍS-GRAJAÚ”

 

Data: 26/05/2022

 

Horário: 15h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/nys-vogg-htc

 

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Mário Ferreira de Lima Filho (Coorientador)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/CTG/UFPE)

4.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Juliana Charão Marques (UFRGS)

5.º Examinador(a): Prof. Dr. René Rodrigues (UERJ)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Anelise Losangela Bertotti (UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Victor Hugo Santos (UENF)

 

Resumo:

 

As formações Codó (Bacia de São Luís-Grajaú) e Ipubi (região Norte da Bacia do Araripe), que constituem sequências de folhelhos betuminosos e evaporitos, vêm sendo correlacionadas devido a sua distribuição litológica e conteúdo fossilífero. Entretanto, estudos geoquímicos relacionando ambas as formações não tinham sido realizadas, até o momento, de forma a elucidar questionamentos sobre o ambiente deposicional, idade de deposição e consequente contexto paleogeográfico. Dessa forma, com o uso de estudos geoquímicos (orgânicos, inorgânicos e isotópicos), apresentam-se aqui condições paleoambientais (redox, clima, salinidade, paleoprodutividade, tipo de matéria orgânica), geocronológicas (pelo sistema Re-Os) e paleogeográficas (por perfis de d13Corg). Utilizou-se como material nesta investigação os folhelhos betuminosos das formações Codó e Ipubi. Estes se mostram enriquecidos em Fe, S, V, Cu e Zn (elementos com propriedades organofílicas), sendo esses elementos predominantemente autigênicos, baseando-se na relação deles com Alumínio e respectivo elemento do Average Shale. Essas rochas se depositaram em condições óxicas-subóxicas (V/Cr < 2; COT/NT > 5; d15Ntotal = 3,7-6,9 ‰), em um paleoclima quente-úmido (Rb/Sr < 1; Sr/Cu < 5; Fe/Mn elevados; valores de d13Corg negativos), com variações de paleossalinidade (Sr/Ba < 0,2) que ocasionou oscilação da paleoprodutividade primária (valores variando de positivo a negativo para os proxies PORG e SiEX; BaBIO variando entre 180-5.725ppm) devido ao corpo d’água ser estratificado (períodos rasos a profundos; (Al+Fe)/(Ca+Mg) = 0,1-20,7). Além disso, a matéria orgânica desses folhelhos betuminosos sofreu maior influência terrestre à medida que se aproxima daqueles da Formação Ipubi – ou seja, os folhelhos betuminosos possuem matéria orgânica marinha com influência terrígena na Bacia de São Luís-Grajaú e são terrestres com influência lacustre na Bacia do Araripe. Além disso, sugere-se que a deposição dos folhelhos betuminosos de ambas as bacias são geocronocorrelatos, uma vez que os folhelhos betuminosos da Formação Codó se depositaram em ~123Ma (geocronologia Re-Os) – mesma idade obtida para os folhelhos betuminosos da Formação Ipubi em estudo anterior. Associado a isso, defende-se que esses folhelhos betuminosos são correlatos à folhelhos betuminosos de sessões típicas do Mar de Tethys uma vez que apresentam perfis quimioestratigráficos de d13Corg semelhantes (excursões negativas do perfil d13Corg com média -25,5 ‰). Os dados aqui realizados sugerem que a ingressão marinha nas bacias sedimentares do Nordeste ocorreu pela Bacia de São Luís-Grajaú – coincidindo com os Eventos Oceânicos Anóxicos 1a e 1b (~120Ma e ~111Ma, respectivamente). Entretanto, pelo fato dos folhelhos betuminosos da Formação Ipubi apresentarem matéria orgânica predominantemente tesrreste que divergem daqueles da Formação Codó – com matéria orgânica majoritariamente marinha, sugere-se que as primeiras ingressões do Mar de Tethys ocorreu na Bacia de São Luís-Grajaú a ca. de ~123Ma, mas atingiu apenas a região Sul da Bacia do Araripe (oriundo da Bacia de Sergipe-Alagoas?) durante a deposição dos folhelhos da Formação Ipubi.

 

Palavras-chave: Folhelho Betuminoso; Formação Codó; Formação Ipubi; Aptiano Inferior; Paleogeografia.