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Será que a cavala, pescado frequente na nossa mesa, está contaminada por poluentes tóxicos?

Título da Dissertação de Mestrado

Bifenilas policloradas (PCBs) e pesticidas organoclorados em Scomberomorus cavalla: pescado de importância econômica na Região Metropolitana do Recife - PE

 

Resumo para Divulgação

Devido a suas propriedades químicas, os poluentes orgânicos persistentes (POPs) estão presentes em todo o planeta. Três grandes grupos fazem parte dos POPs: pesticidas organoclorados (ex.: DDTs, lindano, clordanos, heptacloro e mirex), produtos utilizados em indústrias (ex.: PCBs) e produtos gerados a partir da produção ou queima de compostos industriais (ex.: dioxinas). Pesticidas organoclorados foram muito utilizados contra pragas na agricultura e em campanhas de saúde pública. PCBs estiveram presentes na composição do óleo de transformadores elétricos (ex.: transformadores de postes de iluminação pública) com a finalidade de diminuir riscos de superaquecimento. Esses compostos apresentam a tendência de se acumular em organismos vivos, como os peixes e o próprio homem. Ao mesmo tempo, eles estão associados a alterações hormonais, desenvolvimento de câncer e má formação de fetos. Apesar da proibição, eles são frequentemente encontrados na natureza e o homem pode se contaminar, principalmente, através do consumo de alimentos contaminados, como o pescado. Um estudo desenvolvido no Departamento de Oceanografia da UFPE investigou a ocorrência de compostos organoclorados na cavala (Scomberomorus cavalla) - peixe comum na mesa das famílias pernambucanas. Além de comparar os níveis de contaminação com características biológicas da cavala (idade, sexo, estágio reprodutivo e teor de gordura), o estudo quantificou a ingestão de PCBs e DDTs pela população pernambucana através do consumo de cavala. Para isso, 20 peixes foram comprados em colônias de pesca de Recife e Jaboatão dos Guararapes. Músculo e fígado foram os tecidos escolhidos para as análises químicas. De acordo com os resultados, os pesticidas lindano, heptacloro e mirex não foram encontrados nos peixes analisados. PCBs e DDTs foram os contaminantes mais encontrados na cavala. As concentrações médias de PCBs, DDTs e clordanos no tecido muscular (parte comestível do pescado) foram 31,5, 4,70 e 0,15 µg/kg, respectivamente. O fígado apresentou valores médios de 145, 18,7 e 1,11 µg/kg para PCBs, DDTs e clordanos, respectivamente. Essas concentrações podem ser consideradas baixas quando comparadas com peixes estudados em países desenvolvidos, como Estados Unidos e França. As características biológicas da cavala não influenciaram os níveis de contaminação encontrados. O cálculo utilizado para estimar a ingestão de PCBs e DDTs pela população pernambucana mostrou que a cavala é uma espécie segura para consumo, conforme legislação de segurança alimentar proposta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

 

Contato para Informações

Daniele de Almeida Miranda

 

Apoio Financeiro

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Data da última modificação: 18/05/2018, 11:54