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Percepções da nanomedicina sobre a eficácia da cloroquina contra a COVID-19

Os antimaláricos hidroxicloroquina (HCQ) e cloroquina (CQ) ganharam os holofotes ao redor do mundo. Mas será que eles são mesmo eficazes no tratamento da Covid-19? Um estudo de pesquisadores dos EUA demonstrou que as drogas possuem potencial antiviral em ambientes in vitro, mas que testes clínicos precisam ser realizados a fim de comprovar tais efeitos profiláticos em pacientes.

 

Título original: Insights from nanomedicine into chloroquine efficacy against COVID-19

 

Título traduzido: Percepções da nanomedicina sobre a eficácia da cloroquina contra a COVID-19

 

Autores: Tony Y. Hu 1, Matthew Frieman 2 & Joy Wolfram 3       

 

1 Escola de medicina da Universidade Tulane, Nova Orleans, Estados Unidos

2 Escola de medicina da Universidade de Maryland, Maryland, Estados Unidos

3 Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Clínica Mayo, Flórida, Estados Unidos

 

Projeto Covid-19 e a Matemática das Epidemias - Fazendo a Ponte entre Ciência e Sociedade

Tradução: Danillo Barros de Souza e Jonatas Teodomiro

Síntese: Camila Sousa e Júlia Lyra

Coordenação: Felipe Wergete Cruz

 

Introdução

 

Diante da atual pandemia do novo coronavírus, todos esperam pelo desenvolvimento de uma vacina. Entretanto, apesar das últimas notícias serem promissoras, até que uma vacina segura e eficaz seja produzida e distribuída em larga escala, pode levar tempo. Enquanto a imunização não se torna uma realidade, drogas sabidamente seguras em humanos têm sido testadas para verificar sua efetividade no combate ao vírus.

 

Entre elas, os antimaláricos hidroxicloroquina (HCQ) e cloroquina (CQ) ganharam os holofotes ao redor do mundo. Mas será que eles são mesmo eficazes no tratamento da Covid-19? Um estudo desenvolvido por pesquisadores dos EUA e publicado pela conceituada Revista Nature demonstrou que as drogas possuem potencial antiviral em ambientes in vitro - ou seja, em culturas de células misturadas com o vírus - mas que testes clínicos precisam ser realizados a fim de comprovar tais efeitos profiláticos em pacientes.

 

Destrinchando

 

De acordo com o estudo, o potencial tanto da CQ quanto da HCQ está na desestruturação que elas promovem no interior das células do vírus ao alterarem o pH da vesícula das células, deixando-as mais alcalinas. A cloroquina é uma base fraca que fica presa em organelas (estruturas que ficam dentro das células) de baixo pH que estão fechadas por membranas.

 

As especulações sobre os efeitos antivirais induzidos pela cloroquina incluem inibição da fusão/replicação viral que depende do pH e a prevenção contra a glicoproteína de cápsulas virais (proteínas que criam a camada mais externa de diversos tipos de vírus). A cloroquina também pode inibir a montagem completa da partícula viral sob certas condições.

 

Além disso, é possível que a cloroquina apresente efeitos no hospedeiro independentes da ação viral. Isso acontece porque ela é capaz de atenuar fatores pró-inflamatórios que podem induzir a síndrome do desconforto respiratório agudo, principal responsável pela mortalidade associada ao coronavírus.

 

Para ler a resenha completa do artigo clique aqui. 

Data da última modificação: 17/08/2020, 15:16