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Visitas virtuais auxiliam na humanização da assistência do HC aos pacientes com a Covid-19

Equipe entra em contato com a família dos pacientes para proporcionar um contato virtual por meio de kits de telessaúde ou tablets, que podem ser doados ao HC

Afagar o coração, tranquilizar a mente e humanizar ainda mais o atendimento aos pacientes com Covid-19. Tudo isso protegendo os seus parentes do contágio da doença... São vários os objetivos da visita virtual promovida por videoconferência pelo Hospital das Clínicas com o apoio tecnológico do Núcleo de Telessaúde (Nutes) da UFPE. O HC é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Foto: Divulgação

Paciente conversa virtualmente com familiares no leito do hospital

A visita virtual se dá por meio de tablets (um doado pelo grupo “Mulheres do Brasil” e outros quatro pela ONG “Juntos”) e também por um equipamento chamado Kit Móvel de Telessaúde (ou Torre de Comunicação), composto de computador multimídia com softwares para webconferência, duas webcams e acesso a um sistema de prontuário eletrônico. Ele também tem sido utilizado pela equipe de assistência para a discussão clínica remota com especialistas e troca de informações nas mudanças de plantões.

Uma das primeiras famílias a realizar a visita virtual foi a da dona de casa Roselita Nascimento, de 52 anos, que agora se recupera na enfermaria, após 53 dias na UTI (BloCO VIDa). Eles utilizaram o Kit Móvel de Telessaúde. “Roselita ficou intubada mais de 40 dias e, nesse período, a família (eu, nossa filha, nosso neto, o irmão e a mãe dela) conversávamos, mas ela não podia falar. Só nos ouvia. Depois, ocorreu a retirada da medicação que a mantinha sedada, ela saiu do tubo e passou a nos ver também. Foi uma luta muito grande”, relata o marido dela, Djalma Silva.

No horário agendado e com apoio da equipe de assistência, o paciente recebe a visita virtual por videoconferência. O familiar em casa faz o acesso por um smartphone ou computador. Tudo isso após o mapeamento dos parentes pelo Serviço Social e a avaliação das equipes de assistência e de psicologia. Um grande trabalho em equipe. “As chamadas de vídeo são conduzidas por um profissional devidamente orientado sobre esse procedimento, após a anuência da equipe de Psicologia. Os principais responsáveis pelo contato têm sido os médicos diaristas da UTI e a Comissão de Cuidados Paliativos do HC”, explica a médica intensivista e integrante da Comissão, Renata Beltrão.

As informações são repassadas aos parentes também por telefone e WhatsApp. “A partir dessa comunicação, identificamos as demandas dos familiares e as repassamos para a avaliação da equipe de Psicologia. Os pacientes também trazem as suas necessidades à equipe de cuidado que avalia a condição clínica”, salienta Renata. “Na prática, após o primeiro contato, tanto familiares quanto pacientes ficam esperançosos pela continuidade desse cuidado e, sempre que possível, o fazemos, às vezes até mais de uma vez ao dia. As demonstrações de afeto e carinho podem encher os corações dos envolvidos mesmo que, temporariamente, por trás de uma tela”, completa.

Por meio de conversa, a equipe de Psicologia prepara os familiares explicando os propósitos da visita e como está o parente internado, sondando o que será conversado e as expectativas deles. “Todas as famílias são atendidas pela Psicologia e aquelas em que algum parente assinala o interesse e a equipe médica de assistência solicita. Fazemos um atendimento de preparo e levantamento de expectativas em torno da visita virtual, a fim de proporcionar a clareza da situação de internamento e de possíveis vivências do luto. Essa experiência tem sido bastante positiva para todos e mostrou ser uma ferramenta de fortalecimento das famílias no enfrentamento da situação. Após a visita, realizamos um atendimento de retorno sobre a experiência”, explica a psicóloga Suzana Livadias.

 

Nutes realiza campanha de doação de tablets para realização de visitas virtuais no HC

No contexto da pandemia de Covid-19, as visitas virtuais passaram a ser a solução para evitar a disseminação do novo coronavírus, humanizando o atendimento dos pacientes ao mesmo tempo em que protege os seus familiares. Elas são possíveis por meio de tablets, que podem ser doados ao Hospital das Clínicas, por meio de uma campanha de captação realizada pelo Núcleo de Telessaúde (Nutes) da UFPE. O HC é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“Com mais equipamentos, podemos ampliar essa ação também para os leitos de enfermarias de todo o hospital, já que as visitas ficaram mais restritas por causa das medidas de distanciamento social necessária para evitar a propagação do vírus. No futuro, esses tablets poderão ser usados quando os parentes dos pacientes internados não puderem vir ao HC. Muitos deles moram no interior distantes da capital, ou não têm condições financeiras de se deslocar para o hospital”, explica a coordenadora do Nutes, Magdala Novaes.

Os aparelhos devem ter a seguinte configuração: tamanho de tela de 10,1”, full HD, RAM 2GB, memória interna 32 GB, 4G e wi-fi, bluetooth, câmeras 5MP e 8MP (frontal e traseira), Android (acima 6) ou IOS (acima 11). Para mais informações sobre a doação, basta entrar em contato pelo site do Nutes. Se a doação for em dinheiro, há edital aberto no site da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade-UFPE).

Data da última modificação: 16/06/2020, 17:17