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UFPE e IC desenvolvem métodos para verificar teor alcoólico dos géis antissépticos

Um dos métodos emprega um equipamento portátil, que permite análises no local, e apresenta menor custo

Atendendo demanda da Polícia Civil de Pernambuco, as professoras da UFPE Maria Fernanda Pimentel (Laboratório de Combustíveis – Litpeg) e Leila Leal (Farmácia Escola Carlos Drummond de Andrade – FECDA), em colaboração com os peritos criminais do Instituto de Criminalística (IC) Lívia Brito (doutora em Química pela UFPE) e Fernando Sábato (mestrando em Química pela UFPE), desenvolveram e validaram dois métodos rápidos, não destrutivos e confiáveis para determinar o teor de álcool etílico (etanol) nos géis antissépticos à base de álcool de forma a avaliar a sua conformidade com relação às especificações da Anvisa.

Um dos métodos utiliza um instrumento de bancada que trabalha na região do infravermelho médio, equipamento comum em laboratórios de polícias, universidades e indústrias de maior porte. O outro emprega um equipamento portátil, que permite análises no local, e apresenta menor custo. 

Segundo adianta a professora Maria Fernanda, na última sexta-feira (5), o Journal of the Brazilian Chemical Society aceitou e vai publicar, nos próximos dias, o artigo “Determination of ethanol in gel hand sanitizers using mid and near infrared spectroscopy", reportando o desenvolvimento dos métodos e resultados obtidos.

A análise de 34 amostras comerciais e apreendidas de géis antissépticos para as mãos mostrou que apenas sete apresentavam teor de etanol igual ou superior a 70% (p/p) (70° INPM). “Esse resultado reforça a necessidade de vigilância constante pelas autoridades para garantir que os produtos tenham as especificações necessárias. Em recente abordagem, peritos do Instituto de Criminalística, usando os métodos desenvolvidos, identificaram amostras fora de especificação, o que provocou a interdição da empresa pelo Procon”, relata Maria Fernanda.

A pesquisadora, que é vinculada ao Departamento de Engenharia Química e também leciona no Programa de Pós-Graduação em Química da UFPE, adianta que a Polícia Federal e polícias civil de outros estados já estão requisitando informações sobre essas metodologias.

Mais informações
Lívia Brito

liviarbrito@hotmail.com

Data da última modificação: 09/06/2020, 11:27