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Professora e doutoranda em Letras estão entre autores de livro sobre migração e juventude publicado pela Universidade de Bristol

Trabalho aborda a escolarização da juventude venezuelana que mora no município de Igarassu

A doutoranda em Letras Camila Lucena e a professora Fabiele Stockmans De Nardi, do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE, que orienta a pesquisa dela na Universidade, são autoras de um dos capítulos do livro “Refugee Youth”, publicado pela Editora da Universidade de Bristol, do Reino Unido. Elas participam da obra com o texto intitulado “Venezuelan Refugee Youth and Brazilian Schooling: The Individual between Languages and Spaces/A juventude refugiada venezuelana e a escolarização brasileira: o sujeito entre-línguas e entre-espaços”.

Na UFPE, Camila Lucena integra o Núcleo de Estudos sobre Migrações, Mobilidades e Gestão Contemporânea de Populações (Migra). Ela conta que o objetivo do trabalho selecionado para a publicação britânica era analisar as condições de acolhimento de migrantes venezuelanos no município de Igarassu com foco no âmbito escolar.

As pesquisadoras destacam um dado obtido em levantamento realizado pelo Instituto Unibanco em 2018: observou-se que o número de matrículas de estudantes estrangeiros no Brasil dobrou nos últimos e a maior parte está concentrada na rede pública de ensino. “Isto representa uma grande mudança nas salas de aulas nos municípios onde os migrantes se concentram e um desafio para a educação pública brasileira”, avalia Camila Lucena.

“Neste trabalho, colocamos em discussão os movimentos de ‘acolhimento’ pensados a partir do espaço escolar, considerando os desafios impostos a esse espaço, por um lado, pelas diferenças socioculturais, pela ‘barreira’ de uma língua outra e, especialmente, pelas condições de produção desse acolhimento, considerando-se a crise política do Estado brasileiro e o imaginário em torno da Venezuela e dos venezuelanos que circula nesse espaço de chegada. Pretendemos compreender como esse conjunto de questões se reflete no âmbito escolar, visto que consideramos a escola como um dos ambientes que mais sentem os impactos do fluxo migratório”, explica a pesquisadora.

Data da última modificação: 30/03/2023, 15:56