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Parque das Graças tem projeto em parceria entre Prefeitura do Recife e UFPE

O novo espaço está sendo construído nas margens do Rio Capibaribe, no bairro das Graças, entre as pontes da Torre e da Capunga, na zona norte

O Parque das Graças, nova área verde projetada para o Recife, teve o início de suas obras anunciado, no último dia 12, pela prefeitura da capital pernambucana. Trata-se de um trecho do projeto Parque Capibaribe, desenvolvido no convênio de cooperação técnica entre a Prefeitura do Recife e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio da rede Inciti-UFPE, que reúne pesquisadores nacionais e internacionais.

Foto: Divulgação

Área de acesso e de estar na cabeceira da Rua Amélia, perto da Ponte da Torre

O novo espaço está sendo construído nas margens do Rio Capibaribe, no bairro das Graças, entre as pontes da Torre e da Capunga, na zona norte. É um projeto de recuperação ambiental, que propõe lugares para atividades físicas, sociais e culturais, como playground, áreas para ginástica, convivência e piquenique, parcão, píer, mirante e área de refúgio da fauna, como as capivaras. “É principalmente um lugar de restauração da saúde. As pessoas necessitam tomar sol, respirar ar puro, correr e sentir a natureza em ambientes abertos para se recuperar do estresse do confinamento. Os parques nunca foram tão importantes como nestes tempos de pandemia [da Covid-19]”, afirmou a coordenadora da Inciti-UFPE, professora Circe Monteiro. 

O projeto urbanístico buscou a sustentabilidade em todos os detalhes, com desenhos e soluções técnicas inovadoras, que emergiram da cooperação transdisciplinar de pesquisadores das áreas de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Paisagismo, Biologia, Economia, Sociologia, Psicologia, Design, entre outras. Segundo a coordenadora da Inciti-UFPE, dois grandes desafios ambientais marcaram as soluções do projeto neste trecho: a preservação da vegetação de mangue e a recomposição da arborização do bairro com árvores nativas representantes da Mata Atlântica nordestina para serem plantadas nas margens do rio, nas ruas e nos espaços privados, a fim de recompor corredores ecológicos. “A arborização é fortemente relacionada com a diminuição da temperatura, redução de doenças como arboviroses, maior agradabilidade paisagística e sensorial e fundamentalmente na função de absorção de CO²”, explicou ela. 

Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto também incentiva novos hábitos urbanos principalmente quanto à forma de realizar deslocamentos cotidianos, como ir à padaria, fazer compras e encontrar amigos, além da própria vivência do local pela população. O Parque Capibaribe, como um todo, estrutura um sistema de mobilidade ativa mediante trajetos de ciclovias, passeios e passarelas, interligando vários bairros nas duas margens do rio. Assim, diminui distâncias e facilita acesso a equipamentos e serviços urbanos.

O Parque das Graças não estava previsto no projeto original do Parque Capibaribe, tendo sido incluído por demanda dos moradores da área, por meio da Associação Por Amor às Graças. “Este trecho do bairro das Graças representou uma experiência ímpar de um urbanismo colaborativo em que os moradores influíram diretamente na natureza do projeto desejado para seu bairro”, ressaltou Circe Monteiro.

PARQUE CAPIBARIBE – O projeto Parque Capibaribe propõe implantar, no Recife, um sistema de parques urbanos articulados pelas margens do Rio Capibaribe, ao longo de 30 quilômetros, proporcionando a regeneração da natureza e a resiliência da cidade frente aos impactos do clima. Estão previstos passeios, ciclovias, áreas de estar, passarelas e píeres, beneficiando mais de 500 mil pessoas e 44 bairros. Já foram implementados o Jardim do Baobá, nas Graças, e a Praça Otávio de Freitas, no Derby.

O projeto apresenta propostas de um urbanismo emergente que parte do tecido espacial e social de cada bairro e conta com o engajamento das pessoas no desenho de lugares saudáveis, que proporcionam melhoria da qualidade de vida a todos. “Este projeto foi inovador em seus processos de criação principalmente na forma como articulou conhecimentos acadêmicos e tradicionais, ouviu e engajou pessoas com diversas experiências”, defendeu a professora.

Os interessados em obter outras informações sobre o projeto podem baixar gratuitamente o livro “Parque Capibaribe: A Reinvenção do Recife Cidade Parque”. 

INCITI – A rede Inciti – Pesquisa e Inovação para as Cidades, da UFPE, articula atualmente grupos de pesquisa e instituições civis para conceber programas e projetos para melhoria da qualidade de vida em cidades nas bacias de rios, visando ao manejo de parques ambientais, à regeneração de matas ciliares e principalmente à conservação de recursos hídricos, os mais impactados pelas mudanças climáticas.

Mais informações
Professora Circe Monteiro

monteiro.circe@gmail.com 

Data da última modificação: 22/03/2021, 18:39