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Novo volume da Estudos Universitários vai abordar os 100 anos da Semana de 22 - Modernismo no Brasil e em Pernambuco

Submissão deve ser feita de hoje (21) até o dia 31 de maio

O v. 39, n. 2, da Estudos Universitários: revista de cultura (EUs), da Universidade Federal de Pernambuco, propõe como tema os 100 anos da Semana de 22 - Modernismo no Brasil e em Pernambuco com o intuito de revisar criticamente as expressões modernistas, seus rebatimentos na sociedade e críticas apresentadas ao movimento ao longo das décadas. Para este volume, a EUs aceitará a submissão de ensaios, estudos, relatos de experiência e resenhas de hoje (21) até o dia 31 de maio. As submissões devem ser feitas através do site da revista, onde também constam as normas de formatação e instruções para envio dos textos. O número tem previsão de lançamento em dezembro deste ano.

A edição pretende abordar a ocasião do centenário como forma de explorar os desdobramentos do evento sob uma ótica privilegiada, devido ao distanciamento temporal, coletando vestígios do movimento modernista no Brasil e, principalmente, em Pernambuco, onde encontrou ecos na Literatura, na Arquitetura, nas Artes Plásticas, dentre outros círculos que sobrepujaram aspectos da Semana de Arte Moderna.

As mudanças políticas e culturais do começo do século XX impactaram as tendências do fazer artístico e as discussões intelectuais daquela época. As excursões de Mário de Andrade ao íntimo de um país que pouco a pouco mesclava cenários rurais à rápida industrialização dava indícios de uma enorme diversidade de expressões culturais – manifestas em cantigas populares e danças dramáticas –, além de conferir destaque ao exercício da pesquisa estética.

Na Região Nordeste, há uma espécie de amadurecimento da estética modernista na produção de 1930, que coloca em pauta políticas de acesso à cultura e revela as manifestações de pessoas como Gilberto Freyre, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Guita Charifker, Graciliano Ramos, Jorge de Lima e Tereza Costa Rêgo.

Nesse sobrevoo ao país de dimensões continentais, descobre-se que se fazer modernista é também planar através das janelas do mundo – como um Abaporu a digerir influências. É sob este viés que, em 1930, o artista plástico recifense Vicente do Rêgo Monteiro realiza a curadoria de 90 obras de artistas como Picasso e Joan Miró para exposição no Salão Nobre do Teatro Santa Isabel, a que dá o nome de “Escola de Paris”.

Contudo, anos mais tarde, a consciência estética moderna aparece reduzida a pó nos escombros de antigas construções, revelando outras faces de um legado. O livro “Obituário Arquitetônico” (2007), do professor Luiz Amorim, por exemplo, registra o cenário de descaso de muitas obras arquitetônicas modernistas em Pernambuco. Esse abandono patrimonial suscita casos como a demolição, em 2019, da antiga sede da Agência Estadual de Meio Ambiente, obra do arquiteto Delfim Fernandes Amorim, e os problemas infraestruturais que levaram à desocupação – no mesmo ano – do Edifício Holiday, ambos na cidade do Recife.

Diante do centenário da Semana de Arte Moderna, que aconteceu em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, e marcou o início oficial do modernismo brasileiro, esta edição convida autoras e autores a contribuírem com discussões acerca do contexto que levou a essa intervenção, além de suas repercussões estéticas, psicológicas, intelectuais e culturais.

Mais informações
estudosuniversitarios@ufpe.br

Data da última modificação: 22/03/2022, 14:19