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Especialista do HC explica o Transtorno Afetivo Bipolar, doença que tem 30 de março como seu Dia Mundial

O Transtorno Afetivo Bipolar é caracterizado por períodos em que se alternam sintomas do polo depressivo com aqueles do polo da euforia

O Dia Mundial do Transtorno Afetivo Bipolar é celebrado em 30 de março, em homenagem à data do nascimento do pintor holandês Vincent Van Gogh, diagnosticado, após a morte, como provável portador do transtorno, que atinge cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e é considerada uma das principais causas de incapacidade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Pacientes com esse e outros transtornos psíquicos são tratados no Hospital das Clínicas da UFPE, encaminhados pela Secretaria Estadual de Saúde. O HC é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

O Transtorno Afetivo Bipolar é caracterizado por períodos em que se alternam sintomas do polo depressivo com aqueles do polo da euforia. “Há aqueles períodos caracterizados por tristeza, falta de energia, falta de vontade de realizar atividades que antes eram prazerosas, choro frequente, pensamentos de morte, falta ou aumento de apetite, entre outros. E outros períodos em que a pessoa pode se apresentar com sintomas de mania/hipomania (mania menos grave). Num quadro de mania, a pessoa pode apresentar aumento de energia, sensação de grandiosidade, irritabilidade, humor eufórico, redução da necessidade de sono, entre outros sintomas”, explica a psiquiatra Isabela Pina, do HC.

A especialista explica que o diagnóstico deve ser realizado por meio de avaliação da história clínica do paciente, seus sintomas, suas queixas. “Nem sempre é fácil chegar ao diagnóstico. É preciso avaliar a história pregressa da doença, fatores hereditários e outros dados da história pessoal. Além disso, é importante o exame mental, que é a avaliação clínica do estado mental do paciente. Muitas vezes necessita de avaliação a longo prazo, pois muitas vezes o transtorno bipolar começa como uma depressão e só depois vemos outros elementos de hipomania ou mania para fechar esse diagnóstico, que deve ser realizado por um profissional médico habilitado. A banalização do termo também leva a um desconhecimento da população sobre o transtorno em si, além de ser um fator que colabora com o estigma sobre as doenças mentais”, salienta.

O transtorno é causado por uma série de fatores genéticos, ambientais e de personalidade. “Não há uma causa única, mas fatores que, juntos, predispõem e iniciam o adoecimento. É possível reconhecer que uma pessoa próxima necessita de avaliação médica quando apresenta sintomas depressivos importantes e sintomas de mania e hipomania. Há outras condições médicas que podem causar esses sintomas, por isso a importância da avaliação por um profissional habilitado”, afirma Isabela Pina.

O tratamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional com medicamentos prescritos pelo psiquiatra para estabilizar o humor, por psicoterapia individual, por apoio e suporte para a família e paciente e psicoeducação. “O Transtorno Afetivo Bipolar tem tratamento e com excelente controle", garante.

Sintomas característicos da fase de euforia
- Sensação de extremo bem-estar;
- Aceleração do pensamento e da fala;
- Agitação e hiperatividade;
- Diminuição da necessidade de sono;
- Aumento da energia;
- Diminuição da concentração;
- Euforia ou irritabilidade;
- Desinibição;
- Impulsividade;
- Ideias de grandiosidade e sensação de “poder”.

Sintomas característicos da fase de depressão
- Alterações de apetite com perda ou ganho de peso;
- Humor deprimido na maior parte dos dias;
- Fadiga ou perda de energia;
- Apatia, perda de interesse ou prazer;
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
- Agitação ou retardo psicomotor;
- Sentimento de culpa ou inutilidade;
- Desânimo e cansaço mental;
- Tendência ao isolamento tanto social como familiar; e
- Ansiedade e irritabilidade.

Data da última modificação: 29/03/2021, 16:16