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Especialista do HC explica o que é a leishmaniose

Transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito-palha, que atua como vetor, transferindo parasitas de cães e animais silvestres para o ser humano

Uma lei instituiu a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose – a ser realizada sempre contendo o dia 10 de agosto – como forma de conscientizar a sociedade para a doença infecciosa (não contagiosa), que é transmitida aos seres humanos por meio da picada do mosquito-palha e pode até causar mortes, especialmente em crianças, quando atinge a sua forma mais grave, a visceral. O Hospital das Clínicas da UFPE, unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), trata pessoas com essa doença em seu Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP).

“A leishmaniose é uma doença infecciosa e considerada uma doença negligenciada segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por se comportar como uma doença endêmica e atingir, sobretudo, as populações economicamente vulneráveis. Não existem vacinas para humanos, de forma que a melhor forma de prevenir é usar roupas compridas e repelentes ao adentrar em áreas de matas assim como as medidas preventivas para redução de riscos de infecção de cães domésticos como emprego de vacina e uso de produtos repelentes”, afirma o chefe do Serviço de DIP do HC, Paulo Sérgio Ramos.

O médico infectologista e professor do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE explica que a transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito-palha, que atua como vetor, transferindo os parasitas (leishmanias) de cães (na forma visceral da doença) e animais silvestres (forma cutânea) para o ser humano.

A leishmaniose cutânea causa lesões na pele, mais comumente ulcerações e, em casos mais graves atacam as mucosas do nariz e da boca. Já a leishmaniose visceral (também chamada calazar) afeta órgãos internos, como fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea, podendo levar à morte quando não tratada. Os sintomas incluem febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e do baço, hemorragias e imunodeficiência. O diagnóstico é feito por meio de exames sorológicos, testes cutâneos e de cultivo de material.

E o tratamento como é feito? “A maioria dos casos será tratada com injeções no músculo em Unidades Básicas de Saúde, embora casos mais graves, como extremos de idade e condição clínica desfavorável, possam necessitar de medicação endovenosa de uso hospitalar”, ressalta Paulo Sérgio Ramos.

Data da última modificação: 12/08/2021, 16:34