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Especialista do HC dá orientações sobre a epilepsia

O neurologista Pedro Paulo Nascimento explica o que é a doença, qual o tratamento e como proceder ao presenciar uma crise epiléptica

O Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, também conhecido como Purple Day (Dia Roxo), é celebrado em 26 de março e a data tem como principal objetivo disseminar informações acerca da doença bem como desmistificar e combater estigmas e preconceitos. O Hospital das Clínicas da UFPE, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), possui o Ambulatório de Epilepsia, específico para atender os pacientes que não controlam suas crises depois de, pelo menos, duas tentativas de uso das medicações.

A epilepsia é uma doença causada por alterações nos tecidos cerebrais que podem ser resultado de várias causas como predisposição genética, lesões residuais que ficam após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), tumor ou, até mesmo, infecção do sistema nervoso. Ela pode atingir pessoas de todas as idades, especialmente, crianças e idosos. É caracterizada por crises epiléticas de maneira repetida na qual todo o impacto na vida do paciente surge a partir dessas crises.

De acordo com o coordenador do Ambulatório de Epilepsia e chefe do Serviço de Eletroencefalografia do HC, Pedro Paulo Nascimento, a crise epiléptica é a ocorrência de alterações diversas, tais como movimentos não usuais, sensações estranhas como desconforto ou que as coisas estão se repetindo e perda de consciência com os movimentos generalizados. “Esses sintomas são transitórios e são decorrentes de descargas neuronais que ocorrem de maneira excessiva ou, ao mesmo tempo, de maneira desorganizada. É importante ressaltar que ter uma crise epiléptica não significa que o indivíduo tenha epilepsia, mas a ocorrência de crises repetidas sempre será associada à doença”, explica.

O tratamento se baseia, principalmente, no uso de medicações que atuam para evitar a ocorrência da atividade cerebral anormal que provocam as crises. Nos casos em que as crises não são controladas pelos remédios disponíveis, existem alternativas como cirurgias ou o uso de dispositivos que podem controlar ou ajudar na sua diminuição.

Pedro Paulo ainda reforça que é importante a sociedade enxergar que as pessoas com epilepsia não devem ser isoladas. “Existe muito preconceito em torno da epilepsia, e essa é a pior face doença, causa muito sofrimento nos pacientes. É preciso que haja uma sensibilização e oportunidades para que as pessoas com epilepsia possam se inserir de forma mais frequente nas atividades da vida cotidiana”, afirma.

CUIDADOS NA CRISE – Ao presenciar uma crise, é necessário que alguns cuidados sejam tomados para que a pessoa que está tendo convulsões não se machuque. Deve-se evitar que ela caia bruscamente ao chão; retirar objetos próximos com que ela possa se machucar; colocar o corpo de lado para evitar que ela se sufoque com a própria saliva ou vômito e não colocar objetos, dedos ou substâncias na boca para segurar a língua.

É importante salientar que, se as crises demoram mais de cinco minutos ou se ocorrem em série num curto espaço de tempo, a pessoa deve ser levada ao hospital.

Data da última modificação: 25/03/2021, 17:56