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Artigo identifica pterossauro do gênero Anhanguera sem crista óssea

Autores são o doutorando em Geociências Rudah Ruano C. Duque; o orientador dele, o professor Felipe L. Pinheiro (Unipampa); e a professora Alcina Magnólia Franca Barreto (UFPE)

Um pterossauro do gênero Anhanguera sem uma crista óssea na região superior da maxila foi descrito no artigo “The ontogenetic growth of Anhangueridae (Pterosauria, Pterodactyloidea) premaxillary crests as revealed by a crestless Anhanguera specimen”, publicado, no dia 11 de outubro, no Journal of Vertebrate Paleontology (JVP), revista com Qualis A2. O trabalho tem autoria de Rudah Ruano C. Duque, técnico de laboratório da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutorando em Geociências na mesma instituição; Felipe L. Pinheiro, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), que é coorientador de Rudah Duque no doutorado; e Alcina Magnólia Franca Barreto, professora do Departamento de Geologia e do Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFPE, que é orientadora de Rudah Duque no doutorado.

O trabalho, que ilustra a capa do volume 42/2022 do JVP, é sobre um fóssil de 15 cm de comprimento, coletado no município de Exu, no Sertão de Pernambuco. O objetivo era identificá-lo e entender a qual animal pertenceu. Após retirar o fóssil da rocha, foi visto que se tratava de um fragmento da região anterior do crânio de um pterossauro, que era um réptil voador relativamente comum no depósito onde foi encontrado, o Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe (aproximadamente 115 milhões de anos). Esse foi o terceiro material de pterossauro coletado em Exu, mas o primeiro craniano – os anteriores tinham sido ossos da asa.

Conforme os pesquisadores, esse espécime apresenta uma característica diagnóstica para o gênero Anhanguera, que representa pterossauros com dentes, em que todas as espécies descritas possuem uma crista óssea na região superior da maxila. No entanto, curiosamente, o espécime estudado por Rudah Duque, Felipe Pinheiro e Alcina Barreto não possui essa crista. Para chegar aos resultados, foram realizados testes de morfologia geométrica da posição e tamanho dos alvéolos dentários e análise filogenética para tentar reforçar essa identificação taxonômica. Ambos os métodos indicaram uma grande probabilidade do espécime realmente pertencer ao gênero Anhanguera, e o fato de ele não ter a crista óssea indica que a presença dela e o seu tamanho e posição são uma característica ontogenética (altera com a idade do indivíduo), podendo ser também dimorfismo sexual (só machos ou fêmeas teriam).

Mais informações
Rudah Duque

rudah.ruano@ufpe.br 

Data da última modificação: 09/11/2022, 11:46