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Energia para todos

Publicado no Jornal do Commercio no dia 23 de setembro de 2017

Por Anísio Brasileiro

No Brasil, não podemos abrir mão de uma provisão plena das necessidades atuais e futuras que os setores de infraestrutura propiciam. Esse é o principal ponto a ser discutido pela sociedade no momento em que o governo federal anuncia um amplo programa de privatizações. Deveria antecedê-lo uma profunda reflexão sobre o desenvolvimento do País e, em especial, do Nordeste, de modo a se assegurar que venha de fato a gerar opções institucionais e regulatórias adequadas para os setores de infraestrutura contemplados, inclusive o de energia. Vale destacar que o atual programa de privatização inclui uma instituição da importância da Eletrobras, essencial para a economia, qualidade de vida e eficiente e eficaz prestação de serviços à população. Temos de analisar as soluções tradicionais e suas reformas associadas à geração, transmissão e distribuição de energia, a partir desse primado de pleno atendimento.

No que tange ao programa do governo federal, devemos nos perguntar: o que tem a propor? Apenas ajuste de caixa a curto prazo? Um objetivo tão pequeno não pode ser aceito como o motor de reformas de grande magnitude. Devemos estar abertos a diversas alternativas de provisão: estatal, privada ou mesmo associativa. Entretanto, sendo a produção de energia fundamental para um projeto de desenvolvimento econômico e social para o Brasil e para o Nordeste, quais diretrizes deverão ditar reformas e investimentos em infraestrutura de que necessitamos? Nesta discussão, à qual deverão ser chamados todos os setores da sociedade, a Universidade tem papel fundamental, em vista do conhecimento que tem acumulado ao longo do tempo e de suas competências de pesquisa, não apenas para debater alternativas, mas para propor soluções e contribuir para a implementação de opções tecnológicas e de mercado inovadoras.

Tal debate deve se dar de forma ampliada, prevendo ainda um arco de cooperação internacional entre países aos quais nos podemos associar. Nesse sentido, a UFPE vem promovendo transformações, inseridas em seu Plano Estratégico Institucional, que incluem a criação do Instituto Futuro. Uma das missões da unidade é promover debates e formulação de propostas para a antecipação de trajetórias e a superação de problemas concretos, entre os quais o acesso universal e eficiente a infraestruturas de energia. A UFPE reafirma sua missão institucional de universidade pública, relevante e comprometida com a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e dinamismo de sua economia.

Anísio Brasileiro é reitor da UFPE

Data da última modificação: 25/09/2017, 13:11

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