Na quarta-feira (6), às 10h, o Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) promoverá a palestra on-line do sociólogo e pós-doutorando do programa Lucas Faial Soneghet, que abordará o tema “Cuidar até morrer – Cuidados paliativos, arranjos de cuidado e processo de morrer”. O evento poderá ser acessado através do Google Meet. 

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Sociologia e Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Sociologia pelo mesmo programa, Lucas realizou doutorado-sanduíche na University of Michigan, como parte do Programa Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE) da Capes, no segundo semestre de 2021. Foi professor substituto no Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais (GSO) da Universidade Federal Fluminense (UFF) no ano de 2022.

Atualmente, realiza pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da UFPE onde é editor-chefe da revista Estudos de Sociologia. Tem interesse nas áreas: morte e morrer; processos saúde-doença; Sociologia médica; Sociologia histórica; teoria social; afetos e emoções; e narrativas. Atua como livre-pesquisador e colaborador no Ateliê de Humanidades – Instituição de livre estudo, pesquisa, escrita e formação, bem como revisor no selo editorial do Ateliê de Humanidades. Edita e participa como “host” no podcast República de Ideias, cuja finalidade é a divulgação e popularização do conhecimento na área das Ciências Humanas e Sociais. Atua no grupo de pesquisa Sociofilo, atualmente sediado no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.

Resumo

O estudo socioantropológico da morte e do morrer vem ganhando forma no Brasil nas últimas duas décadas, e já é área consolidada nas ciências sociais europeias e norte-americanas. Em minha pesquisa de doutorado, procurei estudar o problema sociológico da morte e do morrer tomando como objeto os Cuidados Paliativos, uma abordagem de assistência em saúde nascida nas margens da medicina na década de 1960. Contra a morte medicalizada, solitária e desumanizada, cuja imagem se popularizou nas áreas da Psicologia, Sociologia, Enfermagem, dentre outras, os Cuidados Paliativos propuseram a opção pelo não prolongamento da vida diante de doenças crônicas, degenerativas e irreversíveis. Em vez de optar pela “luta até o fim”, a prioridade seria a manutenção do bem-estar, o controle da dor e a construção de uma “boa morte” após o curso “natural” da vida. Nessa palestra, apresento minha pesquisa, uma etnografia de um serviço de assistência domiciliar paliativa na rede pública do Rio de Janeiro, e toco nos seguintes temas: a divisão do trabalho de cuidado, fortemente marcada por diferenças de gênero; a construção da subjetividade pelo cuidado e controle dos corpos adoecidos, radicado em uma perspectiva fenomenológica; o lugar das emoções e afetos na coordenação, significação e ordenamento das ações sociais; e as narrativas como formas de articulação simbólica e prática do cotidiano no fim da vida.