Da assessoria do projeto

Pesquisadores da UFPE e UFPB apresentaram na sede das Nações Unidas em Nova York inovações tecnológicas que trazem os benefícios da ciência de dados para mundo da diplomacia. A equipe - composta pelo professor Rafael Mesquita, pelo doutorando Antonio Pires Santos, ambos do Departamento de Ciência Política da UFPE, e pelo professor Henry Iure Paiva (UFPB) - apresentou a iniciativa “Data Diplomacy Project”, durante um dos side events do 8th Multistakeholder Forum on Science, Techonology and Innovation (STI Forum), promovido sob os auspícios do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), no dia 2 deste mês.

Foto: Divulgação

Pesquisadores e diplomatas conversaram sobre iniciativas e projetos

Segundo os pesquisadores, o “Data Diplomacy Project” busca tornar o multilateralismo mais equânime e acessível através da ciência de dados. Trata-se de uma suíte de três ferramentas que, através da coleta e processamento de dados, podem otimizar o trabalho de estados-membros da ONU e seu secretariado nos campos da Energia, Multilateralismo e Segurança: o Enetrix, desenvolvido pelo professor Henry Iure Paiva como plataforma para análise de acordos internacionais em cooperação energética, o “UN Security Council Debates Platform”, pelo doutorando Antonio Pires, que permite a análise de mais de cem mil discursos proferidos no Conselho de Segurança da ONU desde 1992, e “The evolution of the UN as told by its most cited resolutions”, um acervo de todas as resoluções adotadas pela Assembleia Geral da ONU desde sua criação, desenvolvido pelo professor Rafael Mesquita.

O side event contou com a participação do representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, embaixador Ronaldo Costa Filho; da representante permanente de Malta, embaixadora Vanessa Frazier, e do diretor do Escritório de Nova York do UN Institute for Training and Research (Unitar), embaixador Marco Suazo. Compareceram também os representantes permanentes alternos do Brasil e de Malta, diplomatas de cerca de uma dúzia de estados-membros da ONU, além de oficiais de diversas agências da organização.

Na avaliação dos professores, a intervenção foi um sucesso. “Foi encorajador ver que tecnologia produzida em nossas universidades no Nordeste poderia atender às necessidades de diplomatas e oficiais de todo o mundo. O entusiasmo dos participantes da sessão, especialmente dos representantes de países com missões diplomáticas menores, demonstrou que a combinação de ciência de dados e diplomacia tem o potencial de trazer mais equilíbrio ao jogo multilateral”, afirmou Rafael Mesquita.

Além da apresentação no STI Forum, de 1º a 5 deste mês, a equipe teve reuniões com a Missão Permanente do Brasil e com outras oito agências da ONU: Security Council Affairs Division (SCAD), Department of Political Affairs (DPPA), Office of Legal Affairs-Treaty Section, Department of General Assembly and Conference Management (DGACM), UN Library, SG Office of the Envoy on Tech, UNDP Latin America, e UN Academic Impact. 

A participação da equipe no evento foi viabilizada através do apoio da Unitar, agência responsável por treinamento e pesquisa na ONU, e, para os membros da UFPE, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPE. O desenvolvimento das três ferramentas coleciona o apoio de diversas agências e instituições. No âmbito da UFPE, destaca-se o projeto de extensão “Acervo das Resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas (1946-2019)” que, em parceria com os integrantes do Centro de Informática da UFPE professor Nivan Ferreira e Renatto Padilha, construiu visualizações interativas para a apresentação em Nova York.

A visita dos pesquisadores brasileiros é uma continuidade de evento anterior, quando, em julho de 2022, a equipe foi convidada a observar a presidência brasileira do Conselho de Segurança da ONU.