O reitor Alfredo Gomes participou, hoje (8), da audiência pública da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados do Congresso Nacional (CMMIR), promovida por iniciativa do deputado federal e relator da comissão,Túlio Gadelha, no auditório da Faculdade de Direito do Recife (FDR-UFPE). A iniciativa teve apoio da UFPE.

O parlamentar adiantou que a audiência visa contribuir na construção do relatório e dos projetos que a Comissão pretende aprovar e que dizem respeito à defesa, à proteção e ao acolhimento de imigrantes e refugiados. O plano de trabalho prevê abordar a situação dos imigrantes refugiados no Recife e no Estado de Pernambuco, além de conhecer in loco a realidade de Pacaraima, na Região Norte do Brasil. “Temos um plano de trabalho muito intenso, e um período de alguns meses para apresentar o relatório final”, adiantou.

Fotos: Anderson Lima

Reitor defendeu políticas públicas específicas para a questão

Para o professor Alfredo, que reiterou a disponibilidade para definir uma agenda e um cronograma com a Universidade para tratar das diversas questões que foram colocadas no evento, “é necessário termos políticas públicas de forma especifica para esse campo, inclusive, e promover e organizar encontros com as demais entidades, como a OAB, Cáritas e outras instituições públicas”.

Jean Baptiste Joseph, que é doutorando e ex-bolsista do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) na UFPE, defendeu que a educação é a melhor arma que se pode ter para transformar sua vida. “O que eu aprendi com meu pai, que é analfabeto, é que você deve ensinar as pessoas a pescar ao invés de dar o peixe, porque, além de você resolver a vida da pessoa, você resolve a vida dos outros irmãos”, relatou.

Jean Baptiste Joseph vai levar projeto da UFPE para o Haiti

O estudante, que é haitiano, anunciou que, por meio do projeto de extensão UFPE no Meu Quintal, vai para o Haiti para compartilhar da sua formação com os haitianos. “O que eu sonho é ter mais projetos como esse, que possa ir para a Venezuela, Afeganistão e Haiti mais vezes; vamos apostar na educação, porque é isso que transforma, pois é a melhor arma que qualquer pessoa pode dar para você transformar a sua vida”, afirmou.

A audiência pública contou com a colaboração da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFPE. Para o professor Madson Góis, diretor de Relações Internacionais da Universidade, a pauta dos migrantes e refugiados é urgente, necessitando de políticas públicas no sentido mais amplo para acolhimento, proteção e inserção social.

O evento na FDR ainda contou com a presença de autoridades públicas, representantes de universidades e imigrantes refugiados, como padre Pedro Rubens, reitor da Unicap; Emília Queiroz, presidenta da Comissão de Direitos dos Refugiados OAB-PE; Ângela Oliveira, gerente-geral do Sistema Único de Assistência Social (Suas); o defensor público federal André Carneiro Leão, da Defensoria Pública da União; Mona Mirela, representante da Cáritas Brasil; e Joelson Rodrigues Reis e Silva, secretário executivo da Secretaria Estadual de Ação Social.

Teve também presença do Grupo Migra, da UFPE, a partir da participação das professoras Carolina Leite e Sófia Zanforlin. “Eu queria destacar a parceria que nós estamos iniciando com a Organização Internacional para as Migrações (OIM Brasil) e, por estímulo deles, nosso primeiro diálogo é com o município de Igarassu para começar uma conversa com empresários para sensibilização e formação para a possibilidade de contratação de venezuelanos”, destacou a professora Carolina. “A questão da empregabilidade deve, sem dúvida nenhuma, passar por uma política pública que vai desde a fiscalização das situações de trabalho análogo ao escravo até a garantia de capacitação”, completou Carolina, que trouxe ainda pontos como o racismo pelo qual passam os migrantes de África e a experiência na produção de artesanato que vem sendo desenvolvida junto a imigrantes indígenas da etnia venezuelana Warau.