Notícias Notícias

Voltar

Arqueologia de engenhos canavieiros recebe destaque em campanha de incentivo à leitura da Editora UFPE

Internauta pode baixar gratuitamente três volumes digitais de série que analisa espaços físicos e universo social dos engenhos

A campanha “E-books para todos” da Editora UFPE chega a mais uma semana e sugere a leitura não apenas de um, mas de três livros. Trata-se dos volumes que compõem a série “Arqueologia de Engenhos”, organizada por Cláudia Oliveira, Neuvânia Cutti Guethi e Scott Allen. Os exemplares podem ser baixados gratuitamente no portal de livros eletrônicos do órgão suplementar, que atualmente reúne 396 livros digitais.

As obras da série “Arqueologia de Engenhos” totalizam 726 páginas e são resultantes de discussões e pesquisas associadas a dois eventos: o I Simpósio Internacional Arqueologia de Engenhos e o I Seminário Arqueologia e Patrimônio Cultural de Pernambuco, realizados em 2015 no Recife pelo Departamento de Arqueologia, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), da Universidade Federal de Pernambuco.

Com o foco nos engenhos de açúcar do Brasil e de outras partes do mundo, a série apresenta uma substancial e variada coletânea de artigos que, com diferentes abordagens, trata sobre engenhos açucareiros, em suas múltiplas modalidades de funcionamento, abrangendo contribuições de campos como Arqueologia, História, Medicina, Bioantropologia e Arquitetura.

O primeiro volume tem como subtítulo “Paisagens e Pessoas” por tratar sobre os cenários e atores do mundo dos canaviais. Foram incluídos no título que abre a série estudos sobre a paisagem a partir da perspectiva da Arqueologia Histórica, que, nas últimas décadas, encontra-se aliada particularmente aos estudos de centros urbanos e propriedades rurais. Assim, a proposta do estudo da paisagem no contexto de engenhos permite interpretar seu papel desde, por exemplo, a consolidação de vastas regiões e territórios até o significado da entrada de uma senzala. O eixo temático proposto permite a exploração das diversas formas nas quais os arqueólogos compreendem os engenhos: através da relação entre paisagens naturais e culturais e as pessoas que as utilizaram e modificaram.

Já o segundo volume centra-se no tema “Tecnologias, Produção e Consumo”, abordando a cadeia operativa açucareira a partir de exemplos nordestinos. No exemplar, são discutidos temas relacionados com as investigações arqueológicas que tratam de elementos materiais associados com os lugares de memória social, como também as problemáticas associadas às pessoas e aos grupos que foram silenciados nos “antigos” discursos históricos. Nessa temática, entende-se o espaço dos engenhos articulado às pessoas, lugares, produções, consumo, políticas e identidades. Com essa perspectiva, são apresentadas pesquisas que discutem os diferentes significados dos engenhos, assim como os processos sociais e os atores que ocuparam, transformaram e ressignificaram esses espaços com suas ideologias.

Por sua vez, o terceiro volume, com o subtítulo “Arqueologia e Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco”, contém diferentes estudos de casos em que se analisam situações arqueológicas relacionadas à presença de um engenho e o seu território. Foram consideradas as mudanças ocorridas no âmbito das políticas públicas de preservação do patrimônio, em especial para os engenhos, como os processos de descentralização, redemocratização, mudanças legais e institucionais, e alterações nas formas de uso e apropriação do espaço. Assim, são abordados aspectos sobre a consolidação e a aplicação de novos paradigmas para as políticas de preservação e conservação do patrimônio, com foco em ações, pesquisas e agentes envolvidos na salvaguarda do universo dos engenhos.

Data da última modificação: 14/06/2021, 16:43